Trump aplica uma tarifa de 30% sobre a União Europeia e México apartir de hoje

O presidente dos Estados Unidos aumenta as tarifas contra nações, justificando-se pelo descontrole do México em relação ao narcotráfico e pelo déficit comercial na Europa.

Ricardo De Moura Pereira

7/12/20253 min read

Neste sábado (12), Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, declarou que aplicará uma tarifa de 30% sobre produtos provenientes do México e dos países da União Europeia vendidos aos americanos. Em cartas dirigidas à presidente mexicana Claudia Sheinbaum e à presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, o líder do governo dos EUA comunica que a imposição de taxas começará no dia 1º de agosto.

Trump justificou a nova barreira comercial em sua rede social Truth Social, alegando que o governo mexicano não consegue impedir os cartéis de drogas, que ele acusa de transformar a América do Norte em um “playground do narcotráfico”.

O presidente dos EUA afirmou que a falta de reciprocidade nas relações com o país se deve ao déficit comercial com a União Europeia. E propôs que o bloco comercial europeu conceda “acesso total e irrestrito ao mercado dos Estados Unidos sem a cobrança de tarifas”.

Ao expandir sua guerra interview, platina, que também deve afetar o Brasil com uma taxa de 50%, Trump reiterou trechos inteiros de suas cartas anteriores. Isso inclui a justificativa para a taxação, que considera o déficit comercial “uma grande ameaça à economia e à segurança nacional” dos americanos. E retomou a ameaça de incluir no tarifaço os percentuais de possíveis retaliações .

A crise com os EUA interrompe as exportações de pescados e o setor alerta sobre perdas

Em meio ao agravamento da crise comercial entre Brasil e Estados Unidos, as exportações de pescados brasileiros para os EUA estão suspensas temporariamente. A decisão segue o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que estabeleceu uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados a partir de 1º de agosto.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), desde a última quinta-feira (10), pelo menos 1.500 toneladas de peixes e frutos do mar deixaram de ser enviadas para os Estados Unidos. Em vários portos brasileiros, especialmente nos estados da Bahia, Ceará e Pernambuco, contêineres continuam parados.

A suspensão foi motivada pela preocupação dos importadores americanos em relação à viabilidade comercial dos produtos brasileiros que chegarem ao país sob a nova taxa. Como o transporte marítimo para os EUA leva aproximadamente três semanas, é provável que o pescado já pronto para exportação seja taxado ao chegar.

Jairo Gund, diretor-executivo da Abipesca, advertiu que o impasse afeta diretamente a cadeia produtiva do setor aquícola no Brasil, impactando desde grandes indústrias até pescadores artesanais e produtores da aquicultura familiar.

Em um comunicado oficial divulgado na quinta-feira passada (10), a Abipesca manifestou “profunda preocupação” com a decisão do governo dos Estados Unidos, ressaltando que a ação resultará em “perdas significativas” para um setor que já lida com obstáculos específicos no mercado global. Além disso, a entidade ressaltou que aproximadamente 70% das exportações brasileiras de pescados vão para o mercado dos Estados Unidos, que movimenta mais de US$ 240 milhões por ano.

Além disso, a entidade exigiu que o governo federal adotasse uma abordagem diplomática cuidadosa para prevenir retaliações e a piora da situação.
A Abipesca reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento sustentável do setor e solicitou agilidade na busca por soluções econômicas que protejam os empregos, garantam a competitividade dos produtos brasileiros e preservem a estabilidade de uma das principais cadeias produtivas do agronegócio do país.