STF suspeita que Trump está organizando a fuga de Bolsonaro para os Estados Unidos.
Ministros avaliam que a ofensiva de Trump é uma mensagem caso o ex-presidente seja condenado
7/12/20252 min read


Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) interpretam a ação dos Estados Unidos como um sinal de que o país pode oferecer asilo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado na ação penal relacionada ao golpe de Estado.
Ao mencionar Bolsonaro de forma explícita na carta encaminhada ao governo federal e ao insinuar que o STF está realizando uma "caça às bruxas" com viés político, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estaria preparando o terreno para uma possível fuga, avaliam esses magistrados.
Ainda assim, a impressão é de que, por ora, não há como evitar esse cenário. Sem evidências concretas de que Bolsonaro está planejando deixar o país, não há base jurídica para a decretação da prisão preventiva.
Ao contrário, até o momento, os ministros têm percebido uma atitude cooperativa de Bolsonaro, que tem cumprido os procedimentos do processo e até participado de fases das quais não era obrigado a comparecer, como as oitivas das testemunhas.
Por esse motivo, as medidas cautelares existentes contra Bolsonaro, como a retenção do passaporte e a proibição de viajar para o exterior, já seriam adequadas. No entanto, o estado é de constante vigilância tanto no Supremo quanto na PGR (Procuradoria-Geral da República), que acompanha o caso.
Os ministros da Corte têm conversado sobre a possibilidade de uma “virada de chave” no comportamento de Bolsonaro, que já confessou a pessoas próximas ter medo de ser preso.
Esses juízes recordam que Bolsonaro viajou para os Estados Unidos no final de 2022, após perder a eleição, e passou duas noites na embaixada da Hungria em fevereiro de 2024, após ser investigado pela Polícia Federal (PF) no inquérito do plano de golpe.
Paulo Gonet, procurador-geral da República, está considerando novas ações contra Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado e filho do ex-presidente. Ele está nos Estados Unidos e tem desempenhado um papel fundamental na incitação das autoridades americanas contra o Brasil.
Os assessores do ministro Alexandre de Moraes, encarregado da investigação, afirmam que o cenário mais grave seria Bolsonaro buscar abrigo na embaixada dos Estados Unidos assim que for declarado culpado, uma vez que a execução da pena não ocorre de forma imediata, pois depende de recursos de defesa.
Isso ocorre porque as embaixadas são vistas como uma extensão do território do país que representam. Assim, os EUA poderiam solicitar um salvo-conduto para remover Bolsonaro do Brasil, a despeito do passaporte ter sido apreendido.