PF não consegue localizar Malafaia para questioná-lo em processo que envolve Bolsonaro.

A Polícia Federal contatou Silas Malafaia para que ele prestasse depoimento em uma investigação. O pastor revelou à coluna quais eram os interesses da PF.

6/18/20253 min read

Segundo as informações do portal de notícias Metropoles. A Polícia Federal tentou convocar o pastor Silas Malafaia para dar seu testemunho em uma investigação que tem como alvo Jair Bolsonaro e o general Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa do ex-presidente na última eleição.

A PF buscou interrogar Malafaia para verificar se Bolsonaro perpetrara crime de peculato devido ao alegado desvio de verbas públicas durante a celebração do bicentenário da Independência, em 2022.

Ao solicitar a oitiva de Malafaia, o Ministério Público Federal argumentou que, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, havia um viés eleitoral e "desvio de recursos, bens e serviços públicos" que beneficiavam a campanha de Bolsonaro.

"Em cumprimento à ordem de Manoel Vieira da Paz Filho, Delegado da Polícia Federal, e no exercício das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 6º do Código de Processo Penal, determina-se que um Policial Federal notifique Silas Lima Malafaia", conforme documento da Polícia Federal acessado pela coluna.

O depoimento do pastor deveria ter ocorrido em 11 de março deste ano, porém a escrivã da PF encarregada de ouvi-lo informou que não conseguiu estabelecer contato:

"Certifico que tentei contatar Silas Lima Malafaia pelos diversos canais telefônicos cadastrados, mas não obtive sucesso, já que nenhum dos números registrados atendeu e não estão disponíveis no WhatsApp."

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Malafaia se tornou alvo de investigações devido à sua organização do evento e ao posicionamento extremado que adotou contra as instituições democráticas. Uma fonte ligada à apuração informou à CBN que há a possibilidade de o pastor ser incluído na lista dos investigados.

A avaliação sugere que Bolsonaro delegou os ataques ao pastor. Embora tenha assumido uma postura mais moderada, os investigadores afirmam que o ex-presidente acabou por validar sua participação em um plano para um golpe de Estado. Além disso, eles indicam que, se Bolsonaro tivesse usado a retórica de Malafaia, poderia estar enfrentando prisão, visto que agentes da polícia federal estavam presentes no evento, com uma operação organizada no local.

Bolsonaro admitiu intenção de golpe?

A Polícia Federal iniciou a transcrição do pronunciamento de Bolsonaro. Os investigadores sustentam que, ao mencionar a existência do rascunho do golpe, o ex-presidente reconheceu sua intenção de implementar o plano, o que por si só configura um crime contra a sociedade.

Para a Polícia Federal, a mera tentativa de realizar um golpe já se caracteriza como uma ilegalidade. No domingo, o ex-presidente fez piadas sobre o referido documento.

No âmbito da investigação, o tenente-coronel Mauro Cid será convocado para prestar um novo depoimento no começo de março. Os investigadores buscam que ele forneça mais detalhes sobre a procedência dos recursos que possam ter sido utilizados para financiar a tentativa de golpe. Além disso, questionarão sobre a reunião realizada em julho de 2022, onde, segundo a PF, a conspiração golpista foi discutida com a alta cúpula das Forças Armadas.

Caso Cid não colabore com as perguntas ou não coopere com a investigação, ele poderá perder os benefícios de sua colaboração premiada.

A Polícia Federal pretende finalizar as investigações relacionadas ao esquema de golpe, às joias da Arábia Saudita que foram doadas ao governo brasileiro e à falsificação do cartão de vacinação do ex-presidente em julho. Após isso, a PF indicará os suspeitos e enviará o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresentará ou não a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte Metrópoles e CBN Globo