Para o jornalista da CNN: Na doutrina Trump para América Latina, Brasil é o alvo
Na prática, Trump está levando o Brasil a se aproximar da China — uma situação que ele provoca e, ao mesmo tempo, acredita poder impedir.
7/30/20251 min read


A Colômbia é o mais novo. Também em razão de um ex-presidente conservador, que foi ameaçado de ser condenado por um tribunal. Além de ter um presidente de esquerda no poder.
No entanto, a Colômbia não enfrenta a ameaça de um tarifaço brutal — pelo menos por enquanto. Nem Trump pede ao governo colombiano que o tribunal que está julgando o ex-presidente encerre o processo. A situação do Brasil é única, mas se encaixa em um padrão geral: ver toda a região como origem de dificuldades internas americanas, com ênfase na imigração e no crime organizado.
E, nesse eixo, o principal foco de atuação é de grande alcance: combater a influência e o poder da China. Uma espécie de Doutrina Trump. É evidente que remete à Doutrina Monroe, uma política americana do século XIX que estipulava que os europeus deveriam se abster de interferir em uma região destinada aos Estados Unidos.
A principal distinção é que, no passado, os Estados Unidos eram a potência emergente. Atualmente, é uma potência, mas apresenta indícios de uma significativa perda de poder relativo em relação aos seus desafiantes, principalmente à China. E que, segundo Trump, o mundo estaria melhor se fosse dividido entre dois ou três países fortes, deixando os mais fracos em suas respectivas áreas.
Na prática, Trump está levando o Brasil a se aproximar da China. Ele provoca algo e, simultaneamente, acredita que pode evitá-lo ao exercer uma pressão violenta sobre o Brasil. É a condição em que nos encontramos. A lógica da geopolítica difere da lógica do comércio e da economia.
Fonte CNN Brasil