Os EUA querem roubar o petróleo da Venezuela

O Petróleo em Jogo: Jorge Rodríguez Denuncia Trama Internacional

Ricardo de Moura Pereira

11/14/20252 min read

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, voltou a lançar uma grave acusação contra o que o governo chama de "potências estrangeiras", afirmando que o principal objetivo das pressões e agressões é "roubar o petróleo venezuelano". A declaração, que reflete a narrativa oficial de longa data em Caracas, surge em um momento de intensificação das tensões geopolíticas e sanções econômicas que afetam drasticamente a nação sul-americana.

A Tese do Petróleo como Motivação

A Venezuela possui as maiores reservas de petróleo comprovadas do mundo , o que a coloca no centro das disputas internacionais por recursos. Segundo a visão do governo venezuelano, a crise política, as sanções econômicas impostas principalmente pelos Estados Unidos e a suposta "agressão militar" seriam apenas fachadas para um plano maior de apropriação ou controle dos seus vastos recursos energéticos.

Esta tese é reforçada por figuras internacionais, como o renomado economista Jeffrey Sachs, que também argumenta que a agressão dos EUA à Venezuela tem o petróleo como objetivo. Sachs teria apontado que uma possível intervenção ou escalada do conflito não teria "qualquer relação com o narcotráfico" ou questões humanitárias, como alegam os críticos do governo, mas sim com o interesse estratégico no controle das reservas petrolíferas.

As acusações de Jorge Rodríguez e de outros membros do governo não se limitam apenas à retórica. O governo venezuelano tem intensificado suas denúncias em fóruns internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo a reportagem, Rodríguez declarou que a política de combate ao tráfico dos Estados Unidos não é autêntica. Na sua visão, as autoridades norte-americanas buscam principalmente criar narrativas para pressionar a Venezuela e, assim, legitimar o uso de medidas coercitivas. "Os Estados Unidos não travam uma luta verdadeira contra o narcotráfico, e o interesse real deles na região é apossar-se do petróleo venezuelano", afirmou.

Recentemente, a Venezuela enviou uma carta ao Secretário-Geral da ONU, António Guterres, denunciando o que chamou de "comentários enviesados" da organização sobre as ações dos EUA. A carta acusava o porta-voz da ONU de "distorcer fatos" e "igualar agressor e vítima" diante do que Caracas percebe como um avanço militar dos Estados Unidos na região. O objetivo é utilizar o aparato diplomático para expor e condenar a interferência externa e reforçar a tese de que a soberania nacional e os recursos petrolíferos do país estão sob ameaça direta.

O Contexto Geopolítico

A retórica de roubo de petróleo é um componente-chave da política externa venezuelana para mobilizar apoio interno e externo contra as sanções. O país, membro fundador da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), viu sua produção de óleo cair drasticamente devido à má gestão, corrupção e, mais recentemente, às sanções que dificultam a venda do seu petróleo e a obtenção de equipamentos e investimentos essenciais.

Enquanto a oposição e grande parte da comunidade internacional acusam o governo de autoritarismo e violações dos direitos humanos, a liderança venezuelana continua a se defender, alegando que o sofrimento do seu povo é um resultado direto da "guerra econômica" e do plano internacional para desestabilizar o país e controlar suas riquezas naturais. A declaração do presidente da Assembleia Nacional consolida, mais uma vez, o petróleo como o ponto central e a verdadeira motivação por trás da crise venezuelana.