Oposição interna: As tensões entre Eduardo Bolsonaro e o Centrão que ameaçam a base bolsonarista

"Tarcísio e o Centrão na mira do filho de Bolsonaro em meio à articulação com Trump"

Ricardo de Moura Pereira

8/27/20252 min read

A política brasileira foi palco de uma recente polêmica envolvendo o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas e o grupo político conhecido como Centrão. A situação, que se desenrolou em meio a uma ameaça de aumento de tarifas por parte dos EUA sobre produtos brasileiros, expôs rachaduras internas na direita e levantou questões sobre a estratégia política do clã Bolsonaro.

A crise teve início com a proposta de Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre a importação de produtos siderúrgicos brasileiros. Diante disso, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) adotou uma postura pragmática, buscando o diálogo com representantes americanos para negociar e evitar as medidas, que poderiam prejudicar a economia do estado de São Paulo, o mais industrializado do país.

No entanto, essa postura de Tarcísio gerou uma reação forte de Eduardo Bolsonaro (PL), que criticou publicamente o governador em suas redes sociais. Eduardo acusou Tarcísio de "subserviência às elites" e de não defender os interesses da indústria e do comércio nacionais. A crítica de Eduardo se baseou na visão de que Tarcísio deveria ter uma postura mais dura e não ceder ao que ele considera um "regime de exceção" imposto pelos EUA.

A polêmica escalou e causou incômodo entre aliados de Tarcísio e do próprio Centrão, que veem em Eduardo Bolsonaro um "problema" e um "elemento ingovernável". A avaliação é de que o deputado age por conta própria, sem seguir as orientações do partido, o que prejudica a articulação política e a imagem da direita como um todo. A situação forçou o ex-presidente Jair Bolsonaro a intervir para apaziguar os ânimos, afirmando que a questão estava "pacificada" e que Tarcísio era um "tremendo gestor".

O episódio revela as complexas dinâmicas de poder e as divergências de estratégia dentro da direita brasileira. Enquanto Tarcísio adota uma abordagem mais moderada e de negociação, visando o fortalecimento político e econômico, Eduardo Bolsonaro e seus apoiadores defendem uma linha mais ideológica e de confronto. A crise expõe a dificuldade de unificação de diferentes vertentes da direita e demonstra como as relações internacionais e a política interna se entrelaçam.