O Futuro do Cérebro na Era da IA: A Visão de Miguel Nicolelis
O Cérebro em Risco: Miguel Nicolelis e o alerta sobre os perigos da Inteligência Artificial
Ricardo de Moura Pereira
9/21/20252 min read


O renomado neurocientista Miguel Nicolelis participou do evento "Despertar 2025", onde apresentou uma visão crítica sobre a inteligência artificial (IA). Ele a descreveu como "um dos maiores engodos que a humanidade já produziu", contestando a ideia de que a IA seja realmente inteligente.
Durante sua palestra, Nicolelis introduziu um conceito que ele chama de NINA, uma sigla para "Nem Inteligente, Nem Artificial". Ele esclareceu que NINA não se refere a uma pessoa, mas sim a uma forma de classificar os sistemas que, na sua opinião, são erroneamente chamados de "inteligentes". O pesquisador argumentou que esses sistemas apenas replicam limitações e falhas, sem conseguir capturar a verdadeira complexidade da mente humana.
O neurocientista Miguel Nicolelis argumentou que a inteligência artificial (IA) é vendida com promessas que não consegue cumprir. Ele defende que a verdadeira inteligência humana é um resultado de um processo evolutivo complexo, algo que não pode ser replicado por uma simples lógica digital.
Nicolelis criticou o fato de que a humanidade tem se tornado cada vez mais dependente desses sistemas digitais para desempenhar funções cognitivas. Ele alertou que essa delegacão constante pode levar a uma atrofia de capacidades cerebrais essenciais, como a memória e o raciocínio.
Além disso, o pesquisador expôs a cadeia de produção por trás da IA. Ele afirmou que a indústria lucra com o uso de dados e mão de obra barata para treinar seus modelos, que ele descreveu como "matéria-prima grátis". Ele também destacou que as respostas geradas por esses sistemas muitas vezes "alucinam", ou seja, não têm compromisso com a verdade.
Nicolelis resumiu sua crítica dizendo que, ao delegar nossas funções cognitivas por conveniência, estamos entregando nossa autonomia. Segundo ele, as empresas por trás da IA se beneficiam financeiramente, enquanto nós corremos o risco de perder as características que nos tornaram criadores de cultura e conhecimento.
O discurso foi finalizado com um apelo para que as pessoas resistam à delegação acrítica de seus pensamentos e reconheçam os limites do que as máquinas realmente podem oferecer.