Maduro Repudia Ações da CIA Autorizadas por Trump e Diz "Não à Guerra" no Caribe
"Escalada de Tensão: Autorização da CIA e Ameaça de Ataques Terrestres em Foco"
Ricardo de Moura Pereira
10/16/20252 min read


Caracas e Washington - Outubro de 2025
A tensão entre Venezuela e Estados Unidos atingiu um novo pico esta semana, após o presidente norte-americano, Donald Trump, confirmar publicamente ter autorizado a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações secretas na Venezuela. A declaração, que se soma à cogitação de Trump sobre possíveis ataques terrestres contra "cartéis" no país sul-americano, provocou uma reação imediata e contundente do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que repudiou a ação e fez um apelo pela paz.
Em um discurso em Caracas, Maduro denunciou o que classificou como "golpes de Estado orquestrados pela CIA", rejeitando veementemente qualquer tentativa de intervenção estrangeira. "Não à guerra no Caribe. Não à mudança de regime, que nos lembra tanto as eternas guerras fracassadas no Afeganistão, no Irã, no Iraque. Não aos golpes de Estado dados pela CIA", declarou o líder venezuelano.
Escalada de Tensão e Justificativas de Washington
A autorização à CIA, conforme noticiado pela imprensa americana, faz parte de uma estratégia de pressão de Washington para derrubar o governo de Maduro e incluiria a possibilidade de ações encobertas. Trump justificou a medida com acusações de que a Venezuela estaria enviando ex-prisioneiros e grande fluxo de drogas para os Estados Unidos, alegações que não foram comprovadas publicamente.
A retórica de Trump também incluiu a ameaça de expandir as operações militares na região, que já contam com uma presença naval reforçada dos EUA no Caribe desde agosto e que resultaram no bombardeio de embarcações que, segundo Washington, estariam envolvidas no narcotráfico. "Estamos olhando para a terra agora, porque temos o mar muito bem controlado", disse Trump.
Maduro Recorre a Precedentes Históricos
Em seu pronunciamento, Maduro fez um apelo direto ao povo americano, alertando sobre os riscos de um novo conflito. "Diga ao povo dos Estados Unidos: não à guerra. Não queremos uma guerra no Caribe e na América do Sul", afirmou, associando as ações da agência de inteligência norte-americana a episódios históricos de repressão na América Latina, como os "30 mil desaparecidos pela CIA nos golpes de Estado contra a Argentina".
O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela também emitiu uma nota, rechaçando as declarações de Trump e classificando a autorização à CIA como uma violação "gravíssima" do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas, prometendo exigir medidas contra os EUA na ONU.
A tensão crescente na região reflete a crise política e diplomática de longa data entre os dois países. Enquanto a Casa Branca intensifica a pressão por uma "mudança de regime", o governo venezuelano, que formalizou o rompimento das relações diplomáticas com Washington na semana passada, reage com veemência e mobilizações internas, ordenando inclusive exercícios militares em áreas estratégicas do país como forma de "defender a paz" e se preparar para um eventual cenário de conflito.
Fonte de pesquisa - Metrópoles