Lula: Caso não haja acordo com Trump, reciprocidade será implementada em 1º de agosto.

O petista declarou que, caso o presidente dos Estados Unidos opte por "ficar brincando de taxação", essa situação será "infinita"

Ricardo de Moura Pereira

7/11/20252 min read

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (10) que, caso não se encontre uma solução para as tarifas anunciadas por Donald Trump ao Brasil até o dia 1º de agosto, a Lei da Reciprocidade será implementada.

"O Brasil empregará a Lei da Reciprocidade sempre que necessário. (...) “Se não houver solução, vamos adotar medidas de reciprocidade a partir de 1º de agosto”, afirmou o presidente em entrevista ao Jornal Nacional. Lula enfatizou que não toma decisões impulsivamente e, antes de qualquer coisa, consultará a OMC (Organização Mundial do Comércio) para compreender quais são os melhores caminhos a seguir nessas negociações.

"Primeiro, eu não perco a calma nem tomo decisões com 39 graus de febre; vamos usar a reciprocidade e acionar a OMC. O Brasil empregará a Lei da Reciprocidade quando necessário e buscará, junto à OMC e em colaboração com outros países, que a organização se pronuncie sobre quem está certo e quem está errado", esclareceu.

O presidente afirmou que deseja encontrar-se com todos os exportadores que possam ser impactados por essa decisão para "avaliar a situação deles" e, a partir disso, "realizar todo o processo de negociação necessário". Lula exigiu respeito de Donald Trump e afirmou que, caso o presidente dos Estados Unidos opte por "ficar brincando de taxação", essa situação será "infinita".

"O que o Brasil não tolera é interferência. "Ele tem o direito de tomar decisões em defesa do seu país, mas com base na verdade. Se alguém o orientou com uma mentira de que os Estados Unidos é deficitário com o país, isso é uma mentira", acrescentou. Na quarta-feira passada (9), Donald Trump anunciou que, a partir de 1º de agosto deste ano, aplicará uma tarifa de 50% sobre todas as exportações do Brasil para os Estados Unidos.

A decisão foi anunciada por meio de uma carta aberta ao Lula em uma rede social. Parlamentares opositores e aliados de Bolsonaro sugerem que uma possível renegociação da decisão de Trump poderia ser pautada por meio da votação da anistia no Congresso Nacional. Nesta quinta-feira, o ex-presidente agradeceu Trump de forma pública e manifestou "respeito e admiração" pela administração dos Estados Unidos.