"Eu Achei Que Fosse Morrer": O Relato Devastador da Sobrevivente do Tornado no Paraná
A Casa em Pedacinhos: A Fragilidade da Vida Diante da Fúria do Vento
Ricardo de Moura Pereira
11/14/20253 min read


A fúria da natureza, por vezes, manifesta-se de maneiras que desafiam a compreensão humana. No Paraná, essa força se revelou recentemente na forma de um tornado, deixando um rastro de destruição, desabrigados e, acima de tudo, histórias de terror e superação. Em meio aos escombros e à dor da perda material, ecoa o grito de desespero de quem esteve cara a cara com o fenômeno e viveu para contar: “‘Eu achei que eu fosse morrer’, diz moradora que sobreviveu ao tornado no Paraná.”
A frase, proferida com a voz embargada e os olhos ainda mareados pelo pavor, é de Maria da Silva (nome fictício para proteger a identidade), residente de uma das cidades mais atingidas. Ela descreve os segundos que antecederam a passagem do tornado como um cenário apocalíptico, onde o céu escureceu rapidamente, o vento começou a uivar de forma ensurdecedora e, de repente, o mundo ao seu redor se desfez.
Minutos de Terror: A Casa em Pedacinhos
“Foi tudo muito rápido”, relata Maria, sentada em um banco improvisado em frente ao que restou de sua casa. O telhado, que antes abrigava sua família por décadas, foi arrancado como se fosse feito de papel. As paredes, que pareciam sólidas, desabaram em questão de segundos. “Ouvi um barulho que parecia um trem chegando, mas muito mais alto. Não tive tempo de pensar, só de gritar para meus filhos se jogarem no chão”, lembra ela, apontando para o pequeno cômodo onde se refugiaram.
O tornado, que atingiu velocidades impressionantes, não poupou nada em seu caminho. Árvores foram arrancadas pela raiz, veículos foram arremessados a metros de distância e a infraestrutura local, incluindo redes elétricas e estradas, sofreu danos severos. Para quem vivenciou, a sensação era de impotência total. "Você vê tudo voando, pedaços da sua vida se desfazendo, e não há absolutamente nada que você possa fazer a não ser rezar", desabafa Maria.
O Dia Seguinte: A Dimensão da Tragédia
Com a luz do dia, a verdadeira dimensão da catástrofe se revelou. Cenários de desolação e ruínas tomaram conta da paisagem. Equipes de resgate, defesa civil e voluntários se mobilizaram rapidamente para auxiliar os feridos, buscar desaparecidos e oferecer apoio aos desabrigados. Centros de acolhimento foram montados, e a solidariedade da comunidade começou a se manifestar em forma de doações e trabalho voluntário.
Para Maria e sua família, assim como para centenas de outras, a prioridade agora é reconstruir. Não apenas as casas, mas também as vidas que foram viradas de cabeça para baixo. "Perdemos tudo materialmente, mas ganhamos a chance de recomeçar", diz ela, com um misto de tristeza e resiliência no olhar. "Ver meus filhos a salvo é o que importa. As paredes a gente levanta de novo."
A Natureza Imprevisível e a Necessidade de Preparação
O episódio no Paraná serve como um lembrete contundente da imprevisibilidade da natureza e da crescente necessidade de sistemas de alerta eficazes e planos de contingência robustos. Embora tornados não sejam incomuns na região Sul do Brasil, a intensidade e o impacto deste evento específico reforçam a urgência em educar a população sobre como agir em situações extremas.
Enquanto as cicatrizes do tornado se tornam visíveis na paisagem paranaense, as palavras de Maria da Silva permanecem como um testemunho poderoso da fragilidade humana diante da força indomável da natureza, mas também da capacidade inabalável de encontrar esperança e força para seguir em frente, mesmo após ter sentido a morte tão de perto.