Entenda por que os Estados Unidos é um câncer mundial
Essa declaração foi feita por Marco Rubio, que atua como o equivalente ao Ministro das Relações Exteriores dos Estados Unidos, durante uma entrevista à Fox News.
Ricardo de Moura Pereira
9/16/20254 min read


Em entrevista à Fox News, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio — equivalente ao Ministro das Relações Exteriores — declarou que o país irá anunciar respostas à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Rubio foi questionado sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou Bolsonaro a 27 anos de prisão por acusações de tentativa de golpe de Estado. Na ocasião, o chefe da diplomacia americana manifestou preocupação, afirmando ver uma “deterioração do Estado de Direito no Brasil”.
Rubio afirmou que o Estado de Direito no Brasil está se deteriorando e citou a atuação de "juízes ativistas", em uma aparente referência ao ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Ele criticou a perseguição contra Bolsonaro e a tentativa de um desses juízes de "impor reivindicações extraterritoriais" contra cidadãos americanos e até contra quem publica conteúdo na internet a partir dos EUA. Rubio disse ainda que o juiz ameaçou "ir ainda mais longe nesse sentido".
O secretário de Estado americano confirmou que haverá uma "resposta dos EUA" a essa situação, com anúncios previstos para a próxima semana. Para ele, a condenação de Bolsonaro é "apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial que tentou atingir empresas americanas e até pessoas operando a partir dos Estados Unidos”.
As Novas medidas dos EUA
As possíveis medidas dos Estados Unidos incluem:
Novas cassações de vistos.
Inclusão de Viviane Barci, esposa de Moraes, na Lei Magnitsky, que impõe sanções financeiras a violadores de direitos humanos.
Aumento de tarifas sobre produtos brasileiros ou a reversão de cerca de 700 exceções de bens que estavam isentos de uma sobretaxa de 50%.
Na semana passada, Rubio já havia classificado o julgamento de Bolsonaro como uma "caça às bruxas". Ele reforçou a crítica na plataforma X (antigo Twitter), onde afirmou que as "perseguições políticas pelo violador de direitos humanos sancionado Alexandre de Moraes continuam".
Segundo Rubio, Moraes e outros ministros do STF "decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro", e os EUA "responderão adequadamente a esta caça às bruxas".
O presidente americano, Donald Trump, também se manifestou sobre a condenação, expressando surpresa e descontentamento com o veredito.
Trump expressou sua surpresa e insatisfação, descrevendo a condenação como algo "terrível" e "muito ruim para o Brasil". Ele ressaltou que, embora não o conheça profundamente, sempre considerou Bolsonaro um líder "muito direto" e "excepcional".
Em uma declaração emitida na noite de terça-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil repudiou a recente ameaça dos Estados Unidos. A ameaça inclui a possibilidade de impor sanções econômicas ou usar a força contra o Brasil, especialmente no contexto do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete indivíduos envolvidos em uma conspiração golpista.
O Itamaraty, em seu comunicado, enfatizou que o governo brasileiro não tolera qualquer tipo de interferência de nações estrangeiras em sua soberania.
A nota oficial ainda destaca que a defesa da liberdade de expressão está intrinsecamente ligada à proteção da democracia e ao respeito pela decisão expressa nas urnas. O texto afirma que os três poderes da República — Executivo, Legislativo e Judiciário — cumprirão seu dever de não se deixar intimidar por ameaças à soberania nacional. O governo brasileiro condena, assim, a tentativa de grupos antidemocráticos de usar governos estrangeiros como ferramenta para pressionar as instituições brasileiras.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que a liberdade de expressão é uma das principais prioridades do governo norte-americano, citando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"Não tenho nenhuma ação adicional [contra o Brasil] para apresentar a vocês hoje. Mas posso dizer que esta é uma prioridade para o governo. E o presidente [Donald Trump] não tem medo de usar o poderio econômico e militar dos Estados Unidos da América para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo", disse a porta-voz. A informação foi divulgada pela agência de notícias Reuters.
Guerra Política ou Fato? Lula Denuncia a Família Bolsonaro por Conspiração Contra o País.
Em um discurso na cidade de Manaus, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez menção ao julgamento no Supremo Tribunal Federal que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como réu, acusado de tentar dar um golpe de Estado.
Lula descreveu a situação atual do Brasil como um momento delicado. Ele afirmou: "Ele sabe das bobagens que cometeu. Esses indivíduos tiveram a audácia de enviar pessoas para os Estados Unidos para difamar o Brasil e prejudicar a imagem do país internacionalmente", criticou o presidente.
Em resposta, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou a declaração do governo dos Estados Unidos sobre o uso da força. Em uma postagem em suas redes sociais, a ministra classificou como o "ápice" a "conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil", destacando a articulação do deputado federal Eduardo Bolsonaro para que os EUA apliquem sanções contra o Brasil.
A ministra declarou: "Não bastam as tarifas sobre nossas exportações, as sanções ilegais contra ministros do governo, do Supremo Tribunal Federal e seus familiares, agora ameaçam invadir o Brasil para livrar Jair Bolsonaro da prisão. Isso é completamente inaceitável".
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou hoje o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus envolvidos na trama golpista. Até o momento, os ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, e Flávio Dino já se manifestaram e votaram pela condenação dos envolvidos. A sessão foi suspensa e a votação será retomada amanhã (10), com os votos dos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.