Eduardo Bolsonaro faz exportador de mel perder vendas de 585 toneladas

Mais de 12 mil pequenos produtores serão afetados; o mel é produzido em diversos estados do Nordeste, sendo processado no Piauí e em São Paulo

7/13/20252 min read

Segundo as informações do portal do G1. O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto teve um impacto direto no mercado de mel. Uma das principais processadoras e exportadoras de mel orgânico do mundo enfrentou o cancelamento imediato de 585 toneladas do produto. De acordo com o Grupo Sama, do Piauí, a nova tarifa elevará o custo da carga em aproximadamente US$ 6 milhões, o que afetará o preço final do produto comercializado.

Estabelecido há 28 anos em Oeiras, a 282 km de Teresina, o Grupo Sama é encarregado da aquisição da produção de mais de 12 mil micro e pequenos produtores de mel da região Nordeste, com destaque para o Piauí, Ceará, Maranhão e Bahia.

Depois de adquirido, o mel é encaminhado para o processo de beneficiamento, etapa que ocorre após a colheita, em indústrias localizadas no Piauí e São Paulo. O produto é enviado aos EUA já acondicionado, pronto para ser consumido.
Uma parte das 585 toneladas estava no porto, aguardando o envio. Uma parte estava sendo processada, enquanto o restante ainda estava sendo enviado pelos fornecedores.

O cancelamento da carga resulta no acúmulo do produto e gera custos de armazenamento, pois deve ser mantido em câmaras refrigeradas com temperatura controlada. Neste sábado, a Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis) anunciou que um cliente americano cancelou um pedido de 95 toneladas de mel orgânico produzido no sul do Piauí. De acordo com Samuel Araujo, CEO do Grupo Sama, o cancelamento das exportações afetou toda a cadeia, e o impacto é significativo.

"Vivemos os piores anos de produção de mel nos últimos 30 anos, em razão das condições meteorológicas, e agora esse aumento exorbitante." "É um impacto parecido com o que experimentamos durante a pandemia de Covid", descreve. Araujo afirma que a empresa não cancelou as aquisições já realizadas com fornecedores, porém a cadeia produtiva ficará interrompida a partir de agora.

"Todos os navios que chegariam aos EUA antes de 1º de agosto [data em que a nova tarifa entra em vigor] estão com a capacidade esgotada. Não há o que ser feito", declara. "Em momentos como esse, o mercado tende a ser oportunista. Com certeza, não conseguiremos um valor comparável ao anterior nas novas negociações. "Quando soubermos que teremos um prejuízo de 50% nos EUA, qualquer outro mercado vai querer negociar um desconto menor do que essa porcentagem", lamenta Araujo.