Dono do Banco Master é Preso em Operação da PF e BC Decreta Liquidação; Suspeitas de Elo com PCC Agravam Crise

Prisão, Liquidação e R$ 12 Bi em Fraudes: Saiba Como a Crise do Master e a Suspeita de Elos com o PCC Abalam o Mercado Financeiro

11/19/20252 min read

A Polícia Federal (PF) prendeu na última terça-feira (18/11) o empresário Daniel Vorcaro, dono e presidente do Banco Master, em São Paulo. A prisão ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos, quando Vorcaro tentava embarcar em um jatinho particular, supostamente com destino ao exterior, um dia após o Banco Master anunciar a intenção de ser vendido a um consórcio liderado pelo Grupo Fictor e investidores árabes.

No mesmo dia, o Banco Central (BC) do Brasil decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, citando irregularidades graves na gestão e a emissão de títulos de crédito falsos, encerrando as atividades da instituição e frustrando qualquer tentativa de aquisição.

🚨 Operação Compliance Zero e Suspeita de Fraude

A prisão de Vorcaro faz parte da Operação Compliance Zero, que investiga crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa no Sistema Financeiro Nacional.

As investigações, iniciadas em 2024 a pedido do Ministério Público Federal (MPF), apontam para a possível "fabricação" de carteiras de crédito insubsistentes (fictícias ou com ativos problemáticos) pelo Banco Master. Tais títulos teriam sido negociados com outras instituições financeiras, como o Banco de Brasília (BRB), em uma tentativa de venda que foi barrada pelo BC em setembro de 2025 devido às irregularidades.

O esquema de fraude é estimado em R$ 12,2 bilhões e teria o objetivo de ocultar a real situação financeira do Master. O caso, que une a crise de um banco privado, investigações de fraude bilionária e a sombra da maior organização criminosa do país, promete ser um dos maiores escândalos financeiros recentes. As autoridades continuam a cumprir mandados em diversos estados para desvendar a extensão completa do esquema.

⚽ Investimento no Atlético-MG e a Sombra do Crime Organizado

Um ponto que adiciona gravidade ao caso é a suspeita de ligação de Daniel Vorcaro com o crime organizado.

  • Investigação de Vínculo: O Ministério Público acusa Vorcaro de envolver o clube Atlético-MG em um esquema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).

  • Aporte Suspeito: Vorcaro investiu cerca de R$ 300 milhões para adquirir 27% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube mineiro através do fundo Galo Forte FIP.

  • Fundos Suspeitos: O aporte teria partido de fundos com suspeita de elo com o PCC, uma ramificação do crime investigada na Operação Carbono Oculto. O Master também mantinha vínculos próximos com gestoras de recursos, como a Reag Investimentos, citadas em apurações de lavagem de dinheiro da facção criminosa.

O Atlético-MG, por sua vez, afirma não ter conhecimento de irregularidades no negócio.

📉 Liquidação e Prejuízo aos Investidores

A decisão do Banco Central de decretar a liquidação extrajudicial ocorre diante da gravidade das irregularidades e da necessidade de proteger o Sistema Financeiro Nacional.

  • Acionamento do FGC: Com a liquidação, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é acionado para ressarcir os investidores do banco, limitado a R$ 250 mil por CPF/CNPJ.

  • Risco a Fundos de Pensão: A estratégia de captação do Master expôs fundos de pensão estaduais e municipais, como o RioPrevidência, a um risco de calote, já que detinham um volume significativo de papéis sem a garantia do FGC.