Com a tarifa elevada de Trump, o açaí brasileiro pode se tornar um produto de luxo nos Estados Unidos

Aumento de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto pode elevar preços de tigelas e smoothies; setor teme redução nas exportações

7/28/20252 min read

Tigelas e bebidas de açaí, uma fruta originária da Amazônia, tornaram-se comuns em várias cidades norte-americanas. No entanto, os compradores podem precisar reconsiderar suas compras a partir de 1º de agosto, quando uma taxa de 50% sobre as importações do Brasil se tornará efetiva.

Quase toda a polpa de açaí disponível nos Estados Unidos, assim como na Europa e na Ásia, é importada do Brasil. Sem um acordo comercial entre o governo de Donald Trump e o governo brasileiro, espera-se que os preços das tigelas aumentem consideravelmente em várias lojas, de Nova York a Los Angeles.

"As pessoas já estão um pouco insatisfeitas com o preço. Se os valores aumentarem, creio que se tornará um artigo mais elitizado", comentou Ashley Ibarra, supervisora de uma loja da Playa Bowls em Manhattan, marca originária de Nova Jersey que conta com aproximadamente 300 locais nos Estados Unidos.

A concorrente Oakberry, que é a maior franquia de açaí no mundo, possui 700 estabelecimentos em 35 nações, e oferece uma porção menor em uma loja próxima em Manhattan a um preço de US$ 13 (R$ 72). A Playa Bowls optou por não se manifestar sobre a tarifa, enquanto a Oakberry não respondeu à solicitação de declaração.

A produção e a exportação de açaí proveniente do Brasil tiveram um crescimento significativo nos últimos anos. A fruta, que era apenas uma delícia local em pequenas cidades do Pará – principal estado cultivador –, tornou-se uma sensação em todo o Brasil. Assim, começaram as exportações para outros mercados.

A produção saltou de cerca de 150 mil toneladas há uma década para quase 2 milhões de toneladas no ano anterior, de acordo com informações do IBGE e das administrações dos estados do Pará e do Amazonas.

Os Estados Unidos são o principal comprador internacional, seguidos pela Europa e o Japão. Nazareno Alves da Silva, líder da Associação de Produtores de Açaí do Amazonas, mencionou que as empresas estão tentando descobrir como lidar com esse aumento de custos para continuar as exportações para os Estados Unidos. Ele não é otimista a respeito da situação.

Fonte  G1