Choque de Ideias: Por que o Apoio de Eduardo Paes a Malafaia Gerou Tanta Repercussão?
Entenda as motivações políticas e a enxurrada de críticas que o prefeito do Rio de Janeiro enfrenta após sua aproximação com o pastor.
Ricardo de Moura Pereira
9/16/20252 min read


No domingo (14), o prefeito carioca Eduardo Paes (PSD) marcou presença na celebração de aniversário de 67 anos do pastor Silas Malafaia. Paes aproveitou a ocasião para demonstrar seu apoio a Malafaia, que é um dos principais aliados de Jair Bolsonaro e um crítico ferrenho do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Em seu discurso, o prefeito ressaltou a amizade de vinte anos entre eles, garantindo que continuará a apoiá-lo, independentemente de suas posições políticas. “Nós estamos com você. Quem se opuser a Silas Malafaia, se opõe a mim. Viva Silas Malafaia, esse grande pastor”, afirmou Paes.
A declaração de Eduardo Paes, embora visando ganhos políticos junto aos seguidores do pastor Malafaia, teve um resultado negativo nas redes sociais, de acordo com uma análise de Pedro Barciela. O pesquisador analisou 580 comentários em artigos da imprensa e observou um forte descontentamento.
Uma parcela considerável, 40% dos comentários, expressou a intenção de abandonar o apoio ao prefeito, prevendo um impacto negativo em sua campanha. Mensagens como “perdeu meu voto” e “não terá meu voto” eram recorrentes, muitas vezes acompanhadas de promessas de fazer campanha contra ele entre familiares e amigos. A análise também identificou o uso de expressões como “tiro no pé” e “vai perder a eleição”, evidenciando a percepção de que Paes havia cometido um erro político grave.
A pesquisa de Pedro Barciela revelou que 22% dos comentários reprovaram a mistura de religião com política. A essa parcela do público desagradou à ideia de que se faça "política no altar" e que se peça votos em igrejas, o que inclui a presença de políticos em cultos com objetivos eleitorais. A normalização de práticas religiosas em agendas políticas também foi um ponto de crítica.
O Encontro da Fé e do Poder: A Aliança entre Pes e o Voto Evangélico
A associação com o pastor Silas Malafaia foi criticada em 12% dos comentários, que questionaram o próprio aliado. As críticas o rotularam como alguém "contra a democracia" ou que coloca em risco a "soberania do país". Além disso, a linguagem religiosa usada foi considerada depreciativa, gerando desconfiança sobre o caráter e a influência do pastor.
Além disso, 8% dos comentários cobraram coerência e destacaram identidades culturais contraditórias. Mencionando eventos populares como o Carnaval, samba e pagode, os usuários questionaram a aparente contradição entre as agendas culturais do Rio e o ato de apoio religioso, resumido em frases como "um dia no samba/Exu, outro na igreja".
Fonte - Noticias ICL