Brasil reprova os ataques de Israel e Estados Unidos às instalações iranianas.
Governo vê com grave preocupação escalada militar no Oriente Médio
Ricardo de Moura Pereira
6/22/20252 min read


Segundo as informações do portal de notícias do governo federal. O governo brasileiro expressou profunda preocupação com o aumento das hostilidades militares no Oriente Médio. Em uma declaração emitida pelo Ministério das Relações Exteriores no domingo (22), o governo condenou “veementemente" os ataques militares realizados por Israel e, mais recentemente, pelos Estados Unidos, direcionados a instalações nucleares. Esses ataques foram considerados "uma violação da soberania do Irã e do direito internacional”.
"Qualquer ataque armado a instalações nucleares constitui uma violação evidente da Carta das Nações Unidas e das diretrizes da Agência Internacional de Energia Atômica. O Itamaraty declarou que "ações armadas contra instalações nucleares constituem uma séria ameaça à vida e à saúde das populações civis, ao colocá-las em risco de contaminação radioativa e desastres ambientais de grande magnitude".
Além disso, o governo brasileiro reafirma sua posição histórica de permitir o uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita “com firmeza” qualquer tipo de proliferação nuclear, principalmente em áreas afetadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio.
O Itamaraty ressalta que o Brasil condena ataques recíprocos contra regiões com alta densidade populacional, que têm causado um aumento no número de vítimas e danos à infraestrutura civil, incluindo hospitais, a qual é particularmente protegido pelo direito internacional humanitário.
Ao reforçar seu apelo para que todas as partes envolvidas no conflito exerçam máxima contenção, o Brasil enfatiza a urgente necessidade de uma solução diplomática que ponha fim a esse ciclo de violência e crie uma oportunidade para as negociações de paz. O MRE acrescenta que "os efeitos prejudiciais da atual escalada militar podem causar danos irreparáveis à paz e estabilidade, tanto na região quanto globalmente, além de comprometer o regime de não proliferação e desarmamento nuclear”.
O Conflito
Israel lançou um ataque surpresa contra o Irã no dia 13, acusando o país de estar perto de desenvolver uma arma nuclear e ampliando assim o conflito no Oriente Médio.
Neste sábado (21), os Estados Unidos realizaram ataques a três usinas nucleares no Irã: Fordow, Natanz e Esfahan.
O Irã declara que seu programa nuclear é exclusivamente para propósitos pacíficos e que estava em processo de negociação com os Estados Unidos para firmar acordos que assegurassem a conformidade com o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, do qual é signatário. Entretanto, a AIEA vinha alegando que o Irã não estava cumprindo todas as suas obrigações, embora admitisse não ter evidências de que o país estivesse desenvolvendo uma bomba atômica.
O Irã acusa a agência de atuar de forma “politicamente motivada” e sob a influência das potências ocidentais, incluindo EUA, França e Grã-Bretanha, que têm dado suporte a Israel no conflito contra Teerã. No mês de março, o setor de Inteligência dos Estados Unidos declarou que o Irã não estava desenvolvendo armas nucleares, uma informação que agora é posta em dúvida pelo presidente Donald Trump.
Embora Israel se oponha à posse de armas nucleares por Teerã, várias fontes ao longo da história apontaram que o país mantém um extenso programa nuclear secreto desde os anos 1950. Ao menos 90 ogivas atômicas teriam sido produzidas por esse projeto.
Fonte- Agência Brasil