As 10 Coisas Que Uma Pessoa Cega Gostaria Que Você Soubesse
Não tenha medo de usar palavras como "ver" e "olhar"
7/9/20252 min read


Conviver com pessoas com deficiência visual é uma oportunidade enriquecedora, mas muitas vezes surgem dúvidas sobre como interagir ou o que é mais útil. Para desmistificar algumas ideias e promover uma convivência mais inclusiva, reunimos 10 coisas que uma pessoa cega gostaria que você soubesse. Prepare-se para quebrar alguns mitos!
1. Não, nem todo cego é um gênio musical ou tem super audição.
É um estereótipo comum, mas a verdade é que a perda da visão não confere automaticamente habilidades extraordinárias em outras áreas. Algumas pessoas cegas podem ter talentos musicais ou auditivos aguçados, assim como pessoas videntes, mas isso não é uma regra. As habilidades se desenvolvem com treino e interesse, não por "compensação".
2. Ofereça ajuda, mas pergunte como.
É gentil oferecer ajuda, mas a melhor forma de fazê-lo é perguntando: "Você precisa de ajuda?" ou "Como posso ajudar?". Evite puxar a pessoa pelo braço ou empurrá-la sem permissão. Respeite a autonomia dela e espere a resposta. Ela dirá exatamente o que precisa, se precisar.
3. Seja descritivo ao conversar.
Ao descrever um ambiente, uma paisagem ou até mesmo o que você está fazendo, use descrições claras e concisas. Isso ajuda a pessoa cega a "visualizar" o que está acontecendo ao redor e a se sentir mais incluída na conversa. Por exemplo, em vez de dizer "ali", diga "à sua direita, tem uma loja de sapatos".
4. Anuncie sua presença e sua saída.
Ao entrar em um cômodo onde há uma pessoa cega, diga "Olá, sou [seu nome]". Da mesma forma, ao sair, informe que está saindo. Isso evita que a pessoa cega fique falando sozinha ou procurando por você.
5. Não tenha medo de usar palavras como "ver" e "olhar".
É natural usar essas palavras no dia a dia, e pessoas cegas as usam também! Não se censure ou tente substituí-las por outras expressões. A linguagem é fluida e o significado é compreendido no contexto.
6. Não trate o cão-guia como um animal de estimação.
Um cão-guia é um parceiro de trabalho, não um bichinho de estimação que pode ser acariciado a qualquer momento. Evite distraí-lo com carinhos ou chamados, pois isso pode comprometer a segurança da pessoa que ele está guiando.
7. Acessibilidade vai além do Braille.
Braille é importante, sim, mas a acessibilidade para pessoas cegas abrange muito mais! Sinalização tátil no chão, audiodescrição em filmes e eventos, softwares leitores de tela e sites acessíveis são exemplos de recursos que fazem uma grande diferença na autonomia e inclusão.
8. Pergunte sobre as preferências de interação.
Assim como qualquer pessoa, cada indivíduo cego tem suas preferências. Alguns podem preferir que você os guie segurando o braço, outros podem querer apenas seguir sua voz. Pergunte "Como você prefere que eu te guie?" ou "Existe algo que te ajude a se orientar melhor?".
9. A cegueira não define a pessoa.
A deficiência visual é apenas uma característica da pessoa, não a define por completo. Ela tem hobbies, interesses, sonhos e uma personalidade única, assim como qualquer outra pessoa. Evite focar apenas na cegueira e explore as muitas outras facetas da vida dela.
10. Errar é humano, aprender é fundamental.
Não tenha medo de cometer erros ou de não saber tudo. O importante é estar aberto a aprender, a perguntar e a se adaptar. A melhor forma de construir uma sociedade mais inclusiva é através do diálogo, da empatia e da vontade de entender as perspectivas uns dos outros.