Americano se surpreende com assistência sem custo em hospital brasileiro

Jornalista norte-americano fica surpreso ao receber atendimento gratuito no SUS.

Ricardo de Moura Pereira

7/5/20252 min read

Na matéria publicada no último domingo, um jornalista do The Washington Post compartilhou uma experiência pessoal relacionada ao SUS (Sistema Único de Saúde). Terrence McCoy levou um golpe na cabeça ao fechar o porta-malas de seu veículo em Paraty, no Rio de Janeiro, e ficou surpreso ao não ter custos com o atendimento médico.

O que ocorreu

Terrence estava retornando à capital fluminense porque seu filho estava com febre. Enquanto colocava as malas no carro, o porta-malas se fechou de forma inesperada e atingiu sua cabeça, provocando uma lesão com sangramento intenso.

Uma ambulância foi acionada, e ele foi encaminhado ao serviço público de saúde da cidade, no Hospital Hugo Miranda. Enquanto esteve lá, recebeu atendimento médico, recebeu pontos, fez um raio-X e uma tomografia computadorizada, além de ter recebido medicação. Tudo gratuitamente.

Uma das surpresas foi ser atendido sem perguntas. O jornalista descreve que tudo foi feito de maneira eficaz, sem que ninguém solicitasse seu número de identidade ou questionasse se ele tinha meios para pagar pelo atendimento.

Enquanto a assistência médica permanece como um dos temas mais controversos em Washington — e o Congressional Budget Office [agência americana que fornece estimativas oficiais de projetos de lei no orçamento] prevê que a lei nacional do presidente Donald Trump pode deixar milhões de americanos sem cobertura —, minha internação inesperada em um hospital público brasileiro funcionou como um tipo de aprendizado sobre um sistema essencialmente distinto. -Terrence McCoy, no jornal The Washington Post

Terrence também admitiu que o SUS tem dificuldades. Como correspondente internacional no Brasil há seis anos, ele declarou que, apesar de o sistema atender 70% da população, ele enfrenta problemas como longas filas, greves e atrasos. Mesmo assim, enfatizou que é melhor do que a situação enfrentada por muitos nos Estados Unidos, onde não existe atendimento gratuito disponível.

O SUS ainda não é perfeito. Pacientes aguardam atendimento especializado em filas longas. Os legisladores o deixam sem recursos suficientes. Trabalhadores costumam entrar em greve. Durante os piores dias da pandemia de coronavírus, o sistema entrou em colapso, e os hospitais começaram a recusar pacientes, causando cenas de desespero em todo o país e exacerbando as divisões políticas.
Terrence McCoy, no periódico The Washington Post.

O filho de Terrence também recebeu atendimento. Após uma hora de espera, a criança com febre foi atendida por um pediatra, que diagnosticou amigdalite e forneceu as orientações necessárias para o tratamento. "O hospital não cobrou nada pelo atendimento ao meu filho, assim como a mim", escreveu o jornalista.