Alckmin Saúda Queda de Tarifas em São Paulo, Mas Aponta que o Café Amargo do ICMS Ainda Custa Caro

O vice-presidente e ministro elogia a desoneração de serviços essenciais, mas critica o peso fiscal do ICMS sobre a bebida mais consumida do país, pedindo alívio para produtores e consumidores.

11/17/20252 min read

Geraldo Alckmin
Geraldo Alckmin

São Paulo, SP – Em um cenário de recuperação econômica gradual e de debates acalorados sobre a carga tributária brasileira, o vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, elogiou a recente redução de 10% nas tarifas de consumo em São Paulo, mas não deixou de lançar um olhar crítico sobre o imposto que incide sobre o café, um dos produtos mais amados e consumidos pelos brasileiros e, especialmente, pelos paulistas.

A declaração foi feita em um evento no Palácio dos Bandeirantes, onde Alckmin participou de um debate sobre a competitividade da indústria paulista. O elogio à redução das tarifas, resultado de políticas fiscais e de gestão, foi visto como um aceno positivo para o governo estadual, liderado por Tarcísio de Freitas, com quem Alckmin já teve embates políticos no passado.

Um Respiro para o Consumidor e a Indústria

A queda de 10% nas tarifas, que impacta diretamente os custos de energia elétrica e de alguns serviços essenciais, é uma notícia bem-vinda para o consumidor e para o setor produtivo. Empresas que dependem intensamente de energia, como as indústrias, verão uma pequena, mas significativa, diminuição em seus custos operacionais, o que pode se refletir em preços mais competitivos para os produtos finais e, em tese, na geração de empregos.

“É uma excelente notícia para São Paulo e para o Brasil. A redução de custos é fundamental para a retomada do crescimento econômico e para aliviar o bolso do cidadão”, afirmou Alckmin. “Precisamos continuar no caminho da desburocratização e da busca por eficiência em todas as esferas.”

O Amargo Gosto do ICMS sobre o Café

No entanto, o otimismo de Alckmin foi temperado por uma crítica direta ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que recai sobre o café. O vice-presidente destacou que, apesar da redução geral de tarifas, o imposto sobre a bebida ainda é considerado alto e impacta negativamente tanto os produtores quanto os consumidores.

“Embora tenhamos avanços, o imposto sobre o café ainda está muito alto”, disse Alckmin, referindo-se à alíquota de ICMS que, dependendo do estado e da forma de comercialização, pode pesar bastante no preço final do produto. “O café é um símbolo nacional, parte da nossa cultura e da mesa de todo brasileiro. Precisamos encontrar formas de reduzir essa carga tributária para fomentar a produção, gerar mais empregos no campo e baratear esse item essencial para as famílias.”

A crítica de Alckmin ressoa com um pleito antigo de produtores e comerciantes do setor cafeeiro, que argumentam que a alta carga tributária, especialmente o ICMS, diminui a competitividade do café brasileiro no mercado interno e, por vezes, torna o produto nacional mais caro do que deveria para o consumidor final.

Perspectivas e o Futuro da Tributação

A fala de Alckmin, um político com forte base em São Paulo e profunda experiência em gestão estadual, coloca em evidência a complexidade da reforma tributária em andamento no Congresso Nacional. A busca por um sistema mais justo e simplificado passa necessariamente pela revisão de impostos como o ICMS, que varia de estado para estado e gera distorções.

O desafio é equilibrar a necessidade de arrecadação dos estados com a demanda por alívio da carga tributária para consumidores e empresas. A discussão sobre o café, nesse contexto, torna-se um micro-exemplo de um problema macro que o Brasil precisa enfrentar para garantir um ambiente econômico mais dinâmico e justo para todos.