Rio Branco tem a maior enchente da história brasileira

A capital do Acre viveu um cenário de caos e destruição em março de 2015, quando o Rio Acre atingiu o nível recorde de 18,40 metros, superando em mais de quatro metros a cota de transbordamento. Foi a maior enchente da história de Rio Branco desde que o rio começou a ser monitorado, em 1971, e também a maior de toda a região amazônica.

A cheia afetou mais de 100 mil pessoas, deixou mais de 10 mil desabrigadas e invadiu 53 bairros da cidade. O governo estadual decretou emergência e estado de calamidade pública, reconhecidos pelo governo federal. O prejuízo estimado foi de R$200 milhões a R$600 milhões.

A enchente foi causada por fortes chuvas na bacia do Rio Acre, que abrange parte do Peru e da Bolívia, além do próprio estado. O excesso de água fez com que o rio transbordasse e alagasse as áreas ribeirinhas, onde vivem milhares de famílias. Muitas perderam suas casas, seus móveis, seus documentos e seus pertences.

Uma operação de guerra foi montada pelo governo estadual para dar suporte às vítimas da cheia, considerada o maior desastre ambiental da história do Acre. Quase 30 abrigos, entre públicos e comunitários, foram preparados para receber as famílias desalojadas. Além disso, foram distribuídos alimentos, água potável, colchões, roupas e kits de higiene.

A enchente também comprometeu o abastecimento de água e energia elétrica na cidade, pois a estação que faz a captação de água ficou submersa e as redes elétricas foram danificadas. Três das quatro pontes que ligam os bairros da cidade foram interditadas, dificultando o tráfego e o transporte público.

A situação só começou a melhorar no final de março, quando o nível do rio baixou para abaixo da cota de alerta, que é de 13,50 metros. As famílias puderam retornar para suas casas e iniciar a limpeza e a recuperação dos danos. O governo estadual anunciou medidas para ajudar na reconstrução das moradias e na recuperação econômica das famílias afetadas."

A enchente de 2015 foi um evento extremo que mostrou a vulnerabilidade da população ribeirinha e a necessidade de políticas públicas para prevenir e mitigar os impactos das mudanças climáticas na região. Além disso, foi um momento de solidariedade e união entre os acreanos, que se mobilizaram para ajudar uns aos outros diante da tragédia.

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