Você já deve ter percebido que os mosquitos estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia, principalmente no verão. Eles não são apenas incômodos, mas também podem transmitir doenças graves como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Por isso, muitas pessoas estão buscando formas de se proteger desses insetos indesejados.
Uma das formas mais comuns e eficazes de prevenção é o uso de repelentes, que são produtos que afastam os mosquitos da pele humana. Existem diversos tipos de repelentes no mercado, como loções, sprays, géis, aerossóis e até mesmo dispositivos elétricos ou ultrassônicos. Cada um tem suas vantagens e desvantagens, mas o importante é escolher um que seja adequado para o seu tipo de pele, idade e tempo de exposição.
Segundo dados da consultoria IQVIA, empresa de dados e análises de mercado, o volume de unidades de repelente registrou alta de 27% em 2023 na comparação com o ano anterior. Já as vendas de inseticidas fecharam o ano passado com o maior volume de unidades vendidas em cinco anos, chegando a 131,8 milhões de unidades.
Esse aumento na procura por repelentes e inseticidas está relacionado ao crescimento dos casos de dengue no Brasil, que bateu recorde em 2023. Conforme o Ministério da Saúde, foram registrados mais de 2 milhões de casos da doença no ano passado, um aumento de 82% em relação a 2022. Além disso, outras doenças transmitidas pelo mesmo mosquito também preocupam as autoridades e a população, como zika e chikungunya.
Para evitar essas doenças, além de usar repelentes, é fundamental eliminar os possíveis criadouros do mosquito Aedes Aegypti, que se reproduz em água parada. Por isso, é recomendado verificar e limpar periodicamente calhas, caixas d'água, vasos de plantas, pneus velhos e outros recipientes que possam acumular água. Também é importante usar telas nas janelas e portas, usar roupas claras e que cubram a maior parte do corpo e evitar horários e locais com maior incidência de mosquitos.
Se você está procurando um repelente para se proteger dos mosquitos, saiba que existem diversas opções disponíveis nas farmácias e supermercados. Algumas das marcas mais conhecidas são Off!, SBP, Repelex, Xô Inseto, Exposis e Effex. Cada uma delas oferece diferentes formulações, concentrações e durações de proteção. Além disso, há repelentes específicos para crianças, bebês e gestantes, que devem ter cuidado redobrado com as doenças transmitidas pelos mosquitos.
Na hora de escolher um repelente, é importante verificar o rótulo do produto e seguir as instruções de uso. Alguns fatores que devem ser considerados são:
- O princípio ativo: os repelentes podem conter substâncias como DEET (dietiltoluamida), icaridina ou IR3535 (etil butilacetilaminopropionato), que são as mais eficazes contra os mosquitos. O DEET é o mais antigo e mais usado no mundo, mas pode causar irritações na pele e nos olhos se usado em excesso ou em concentrações muito altas. A icaridina é uma substância mais recente e mais segura para a pele, que oferece uma proteção mais duradoura. O IR3535 é uma substância menos irritante que o DEET, mas também menos eficaz.
- A concentração: quanto maior a concentração do princípio ativo no repelente, maior será a duração da proteção. Porém, isso também pode aumentar o risco de reações adversas na pele ou nos olhos. Por isso, é recomendado usar a menor concentração possível que garanta a proteção necessária para o tempo de exposição aos mosquitos. Em geral, as concentrações variam de 5% a 25% para o DEET, de 10% a 25% para a icaridina e de 10% a 20% para o IR3535.
- A forma de aplicação: os repelentes podem ser aplicados na pele em forma de loção, spray, gel ou aerossol. Cada uma dessas formas tem suas vantagens e desvantagens. As loções são mais fáceis de espalhar e permitem uma cobertura mais uniforme da pele, mas podem deixar uma sensação oleosa ou pegajosa. Os sprays são mais práticos e rápidos de aplicar, mas podem causar desperdício do produto ou inalação acidental. Os géis são mais leves e refrescantes, mas podem demorar mais para secar ou escorrer. Os aerossóis são mais secos e não deixam resíduos na pele, mas podem ser mais irritantes para as vias respiratórias ou os olhos.
Além desses fatores, é importante lembrar que os repelentes devem ser reaplicados conforme a indicação do fabricante ou sempre que houver suor excessivo, banho ou contato com a água. Também é recomendado evitar o uso de repelentes em áreas com ferimentos, mucosas ou irritações na pele. Em caso de reação alérgica, suspender o uso e procurar orientação médica.
Os repelentes são aliados importantes na prevenção das doenças transmitidas pelos mosquitos, mas não devem ser usados como única forma de proteção. É preciso combinar o uso de repelentes com outras medidas, como eliminar os focos de água parada, usar roupas adequadas e evitar locais e horários com maior presença de mosquitos. Assim, você poderá aproveitar o verão com mais tranquilidade e saúde.