O fim melancólico de Bolsonaro

 

O governo Bolsonaro teve um fim melancólico, segundo o vice-presidente Hamilton Mourão, que concedeu uma entrevista exclusiva ao UOL nesta segunda-feira (11). Mourão afirmou que o presidente errou ao não reconhecer a derrota nas eleições de 2022, que foram vencidas pelo candidato do PT, Fernando Haddad.

"O presidente se isolou de todos, inclusive de mim. Ele não aceitou o resultado das urnas e tentou mobilizar seus apoiadores para contestar a legitimidade do pleito. Isso foi um erro grave, que abalou a confiança na nossa democracia e gerou uma crise institucional", disse Mourão.

Mourão também criticou a postura de Bolsonaro em relação à pandemia de covid-19, que já matou mais de 600 mil brasileiros. Segundo ele, o presidente minimizou a gravidade da doença, ignorou as recomendações científicas e sabotou as medidas de prevenção e vacinação.

"O presidente se mostrou insensível ao sofrimento do povo brasileiro. Ele não teve a liderança necessária para enfrentar essa tragédia sanitária. Ele se opôs ao uso de máscaras, ao distanciamento social e à compra de vacinas. Ele também difundiu informações falsas e desinformou a população sobre os riscos do vírus e os benefícios da imunização", afirmou Mourão.

Mourão disse que tentou alertar Bolsonaro sobre os erros que ele estava cometendo, mas que não foi ouvido. Ele disse que se sentiu marginalizado e desprestigiado pelo presidente, que o excluiu das decisões importantes do governo e o atacou publicamente em várias ocasiões.

"Eu sempre tive uma postura leal e respeitosa com o presidente, mas ele não teve o mesmo comportamento comigo. Ele me tratou como um adversário, não como um aliado. Ele me afastou do núcleo do governo e me deixou sem voz e sem espaço. Ele também me ofendeu e me desautorizou diante da nação", lamentou Mourão. Mourão disse que não pretende romper com Bolsonaro, mas que também não irá apoiá-lo em seus planos de contestar a eleição de Haddad. Ele disse que respeita a vontade popular e que reconhece a vitória do candidato petista.

"Eu sou um democrata e um patriota. Eu não vou compactuar com nenhuma tentativa de golpe ou de desestabilização do país. Eu vou cumprir o meu mandato até o fim e depois vou entregar o cargo ao novo vice-presidente eleito. Eu desejo boa sorte ao presidente Haddad e espero que ele faça um bom governo para o Brasil", declarou Mourão.

Fonte UOL 

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