O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quarta-feira, 6, que um cessar-fogo entre Israel e o grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, parece difícil de ser alcançado antes do fim do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos. Em uma entrevista coletiva na Casa Branca, Biden disse que espera que a violência diminua "mais cedo ou mais tarde", mas reconheceu que a situação é "muito complicada".
Desde o início dos confrontos, na segunda-feira, 10, pelo menos 65 palestinos, incluindo 16 crianças, e sete israelenses morreram em decorrência dos ataques aéreos e dos foguetes lançados de ambos os lados. A escalada de tensão ocorre após semanas de protestos contra a expulsão de famílias palestinas de Jerusalém Oriental, um território ocupado por Israel desde 1967 e reivindicado pelos palestinos como capital de seu futuro Estado.
Biden disse que conversou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e que seu governo está trabalhando com o Egito e outros países para tentar mediar uma solução diplomática. Ele reiterou seu apoio ao "direito de Israel de se defender" e condenou os ataques do Hamas, mas também expressou preocupação com as vítimas civis e a situação humanitária em Gaza.
"Minha esperança é que não vejamos mais foguetes sendo disparados contra inocentes em Israel e que possamos ter uma solução pacífica para isso", disse Biden. Ele acrescentou que os Estados Unidos estão comprometidos com uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino, mas reconheceu que isso depende da vontade das partes envolvidas.
O Ramadã termina na noite desta quarta-feira para os muçulmanos na América do Norte e na quinta-feira para a maioria dos países do Oriente Médio. A data marca o início do Eid al-Fitr, uma das festas mais importantes do Islã, que celebra o fim do jejum e da oração. No entanto, muitos palestinos temem que os confrontos continuem durante as celebrações religiosas.