Grande imprensa tentou fabricar uma crise internacional para desgastar Lula internamente, ao passo que encobria os massacres em Gaza comandados por Israel
A mídia brasileira praticou dois dos seus esportes preferidos: atacar Lula e defender Israel. Essas duas atitudes mostram o quanto a imprensa nacional está alinhada com os interesses das elites econômicas e políticas, que veem no ex-presidente uma ameaça à sua hegemonia e em Israel um aliado estratégico no Oriente Médio.
O ataque a Lula se baseou em uma falsa acusação de que ele teria recebido propina da Odebrecht em troca de favorecer a empresa em contratos com o governo. A denúncia foi feita pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que se tornou um símbolo da luta contra a corrupção, mas que na verdade agiu de forma parcial e ilegal para impedir a candidatura de Lula em 2018. A mídia brasileira, que apoiou o golpe contra Dilma Rousseff e a prisão de Lula, ignorou as evidências de que Moro agiu com motivação política e não jurídica, e reproduziu acriticamente as acusações do ex-juiz.
A defesa de Israel se baseou em uma visão distorcida e simplista do conflito entre israelenses e palestinos, que ignora a história, o direito internacional e os direitos humanos. A mídia brasileira, que segue a linha editorial dos grandes veículos internacionais, apresentou Israel como uma vítima dos ataques do Hamas, e não como um Estado que ocupa ilegalmente territórios palestinos, que viola sistematicamente os direitos do povo palestino e que usa de força desproporcional para reprimir qualquer forma de resistência. A mídia brasileira, que tem uma forte presença de grupos sionistas entre seus proprietários e jornalistas, omitiu as causas estruturais do conflito, as violações cometidas por Israel e as reivindicações legítimas dos palestinos.
A mídia brasileira praticou dois dos seus esportes preferidos: atacar Lula e defender Israel. Mas ao fazer isso, ela revelou o seu lado mais antidemocrático, antiético e antipopular. Ela mostrou que não tem compromisso com a verdade, com a justiça e com a paz. Ela mostrou que é uma mídia a serviço das elites, e não do povo brasileiro.
A mídia corporativa brasileira tem um histórico de manipulação e distorção dos fatos para atender aos interesses de seus donos e aliados políticos. Um exemplo claro disso foi a cobertura tendenciosa e parcial que fizeram da visita do presidente Lula ao Oriente Médio em 2010, quando tentaram criar uma falsa crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos, acusando Lula de apoiar o programa nuclear iraniano e de ignorar os direitos humanos no país.
Enquanto isso, a mesma mídia silenciava sobre os ataques brutais de Israel contra a população palestina na Faixa de Gaza, que deixaram mais de mil mortos e milhares de feridos, na maioria civis, entre eles mulheres e crianças. A grande imprensa se omitiu diante das violações do direito internacional cometidas por Israel, que usou armas proibidas, como fósforo branco e bombas de fragmentação, contra alvos civis, como escolas, hospitais e mesquitas.
O objetivo da mídia era claro: desgastar a imagem de Lula no cenário internacional e interno, tentando minar sua popularidade e seu projeto de integração regional e mundial. Mas o tiro saiu pela culatra. Lula foi reconhecido como um líder global, que buscou o diálogo e a paz entre as nações, sem se submeter aos interesses hegemônicos dos Estados Unidos. E o povo brasileiro não se deixou enganar pela propaganda da mídia, que mostrou seu caráter antidemocrático e golpista.
Fonte - intercept