Um golpe milionário envolvendo deepfake, uma tecnologia que usa inteligência artificial para criar vídeos falsos de pessoas reais, foi revelado pela empresa de segurança Symantec. Segundo a companhia, criminosos usaram a voz sintética de um diretor financeiro de uma empresa para convencer um funcionário a transferir US$ 25 milhões para uma conta bancária fraudulenta.
O caso aconteceu em fevereiro deste ano e foi divulgado pela Symantec na última quinta-feira (1º). A vítima foi uma empresa do setor de energia, que não teve o nome revelado. Conforme a Symantec, os golpistas ligaram para o funcionário responsável pelas finanças da empresa e se passaram pelo diretor financeiro, usando uma voz gerada por computador que imitava o sotaque e o tom do executivo.
Os criminosos disseram que o dinheiro era necessário para uma aquisição urgente e confidencial, e deveria ser transferido o mais rápido possível. Eles também enviaram um e-mail com os dados da conta bancária, que estava em nome de uma empresa de fachada. O funcionário, sem desconfiar da fraude, realizou a transferência de US$ 25 milhões.
Apenas depois de alguns dias, a empresa percebeu que havia caído em um golpe e acionou as autoridades. A Symantec informou que conseguiu recuperar parte do dinheiro, mas não revelou quanto. A empresa também disse que esse foi o terceiro caso de golpe usando deepfake de voz que ela investigou nos últimos meses.
O deepfake é uma técnica que usa redes neurais para manipular imagens e sons de forma realista. Com essa tecnologia, é possível criar vídeos falsos de celebridades, políticos ou qualquer pessoa, alterando suas falas, expressões faciais ou até mesmo colocando-as em situações que nunca aconteceram. O deepfake também pode ser usado para gerar vozes sintéticas, como no caso do golpe.
Essa tecnologia tem sido usada para fins diversos, desde entretenimento até desinformação. Porém, o uso malicioso do deepfake pode trazer sérios riscos para a segurança e a privacidade das pessoas, além de prejudicar a confiança nas comunicações digitais. Por isso, é importante estar atento aos sinais de falsificação e verificar a autenticidade das fontes antes de compartilhar ou agir com base em um conteúdo.
Fonte CNN Brasil