O estado da situação da faixa de Gaza

 

A situação na Faixa de Gaza, um dos territórios palestinos, é de extrema violência e tensão. Desde o dia 7 de outubro de 2023, quando o grupo extremista islâmico Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel, matando mais de 1.400 pessoas e fazendo 230 reféns, os dois lados estão em guerra.

Israel reagiu com uma série de bombardeios aéreos contra Gaza, que já mataram mais de 8.000 pessoas, segundo o Ministério da Saúde palestino, administrado pelo Hamas. No dia 27 de outubro, Israel anunciou o aumento da sua operação militar em Gaza, enviando tropas terrestres para o território e alertando cerca de 1,1 milhão de pessoas para evacuar.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o objetivo é "desmantelar" o Hamas e trazer os reféns para casa. Ele afirmou que esta será uma "guerra longa e difícil". O Hamas, por sua vez, disse estar pronto para enfrentar a "agressão com força total". Mas por que esse conflito começou? E qual é a história por trás dessa disputa pela terra? Neste artigo, vamos tentar responder a essas perguntas e explicar o que está acontecendo agora entre Israel e Gaza.

# A origem do conflito

O conflito entre israelenses e palestinos tem raízes históricas e religiosas. A região onde hoje estão Israel, Gaza e Cisjordânia (o outro território palestino) é considerada sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos. É lá que ficam Jerusalém, Belém e Nazaré, cidades importantes para essas três religiões.

A disputa pela terra começou no final da Segunda Guerra Mundial, quando judeus que fugiam da perseguição na Europa buscaram refúgio na região, que na época era um mandato britânico. Em 1947, a ONU propôs um plano para dividir a área em dois Estados: um judeu e um árabe. Os judeus aceitaram a proposta, mas os árabes a rejeitaram. Em 1948, David Ben Gurion proclamou a independência de Israel. Os países árabes vizinhos declararam guerra ao novo Estado. Mais de 700 mil palestinos fugiram ou foram expulsos de suas casas. A maioria foi impedida de voltar.

Desde então, houve várias guerras e tentativas de paz entre Israel e os países árabes. Em 1967, na chamada Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou Gaza e Cisjordânia, além da Península do Sinai (no Egito) e das Colinas de Golã (na Síria). Em 1979, Israel devolveu o Sinai ao Egito em troca do reconhecimento mútuo. Em 1982, Israel retirou suas tropas do Sinai.

Em 1993, após anos de negociações secretas na Noruega, Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) assinaram os Acordos de Oslo. Eles previam a criação de uma Autoridade Nacional Palestina (ANP) com autonomia limitada em Gaza e partes da Cisjordânia. O objetivo era chegar a um acordo final sobre questões como fronteiras, refugiados, Jerusalém e assentamentos israelenses.

No entanto, os Acordos de Oslo não foram cumpridos integralmente. A violência continuou entre os dois lados. Em 2000, uma nova onda de confrontos conhecida como Segunda Intifada (revolta popular palestina) eclodiu após uma visita do então líder da oposição israelense Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas (ou Monte do Templo), um local sagrado para judeus e muçulmanos em Jerusalém.

Em 2005, Israel se retirou unilateralmente de Gaza, mas manteve o controle das fronteiras, do espaço aéreo e do mar do território. Em 2006, o Hamas venceu as eleições legislativas palestinas, mas não foi reconhecido por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia, que o consideram uma organização terrorista. Em 2007, o Hamas tomou o controle de Gaza após um conflito armado com o Fatah, o partido do presidente da ANP, Mahmoud Abbas.

Desde então, Gaza está sob um bloqueio israelense e egípcio, que restringe a entrada e saída de pessoas e mercadorias. O Hamas e Israel travaram três guerras em 2008-2009, 2012 e 2014, que deixaram milhares de mortos e feridos, além de danos à infraestrutura e às condições de vida da população.



# A situação atual

A situação atual é a mais grave desde a guerra de 2014. O estopim foi o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, quando homens armados do grupo invadiram Israel por meio de túneis subterrâneos e mataram mais de 1.400 pessoas em várias cidades. Eles também fizeram 230 reféns, entre eles soldados, civis e crianças.

O ataque foi uma resposta à decisão de Israel de construir novos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados desde 1967 e reivindicados pelos palestinos como parte de seu futuro Estado. O Hamas também acusou Israel de violar os direitos humanos dos palestinos e de impedir a reconstrução de Gaza após a guerra de 2014.

Israel reagiu com uma série de bombardeios aéreos contra Gaza, que já mataram mais de 8.000 pessoas, segundo o Ministério da Saúde palestino, administrado pelo Hamas. Israel diz que seus alvos são "áreas militares palestinas", como bases do Hamas, depósitos de armas, lançadores de foguetes e túneis. No entanto, muitos civis também foram atingidos, incluindo mulheres e crianças.

No dia 27 de outubro, Israel anunciou o aumento da sua operação militar em Gaza, enviando tropas terrestres para o território e alertando cerca de 1,1 milhão de pessoas para evacuar. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o objetivo é "desmantelar" o Hamas e trazer os reféns para casa. Ele afirmou que esta será uma "guerra longa e difícil".

O Hamas, por sua vez, disse estar pronto para enfrentar a "agressão com força total". O grupo continua a disparar foguetes contra Israel, apesar do escudo antimísseis israelense interceptar a maioria dos projéteis. O Hamas também tenta realizar ataques suicidas e emboscadas contra as forças israelenses em Gaza.

A comunidade internacional tem expressado preocupação com a escalada da violência e tem pedido um cessar-fogo imediato. O Conselho de Segurança da ONU se reuniu várias vezes para discutir a crise, mas não conseguiu aprovar uma resolução sobre o assunto. Os Estados Unidos, aliados de Israel, têm vetado qualquer texto que condene as ações israelenses. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que está "profundamente chocado" com a situação em Gaza e pediu o fim dos "atos hostis" dos dois lados. Ele também alertou para o risco de uma "catástrofe humanitária" no território palestino.

Várias organizações humanitárias também denunciaram as condições precárias em Gaza, onde falta água potável, eletricidade, medicamentos e alimentos. Além disso, muitas pessoas estão desabrigadas ou deslocadas por causa dos ataques israelenses.

# As perspectivas de paz

As perspectivas de paz entre Israel e os palestinos são muito remotas no momento. Os dois lados estão em um impasse político e ideológico há anos. Não há negociações diretas desde 2014. As principais questões em disputa são: - As fronteiras do futuro Estado palestino: os palestinos querem que seu Estado seja baseado nas fronteiras anteriores à guerra de 1967, ou seja, incluindo Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem