O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, foi alvo de uma campanha de difamação na era Bolsonaro

 

O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, foi alvo de uma campanha de difamação nas redes sociais por parte de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Eles acusaram o diplomata de interferir na política interna do país ao criticar a postura do governo brasileiro em relação à pandemia de covid-19 e à vacinação.

O episódio revela a fragilidade das relações diplomáticas entre os dois países, que são os maiores parceiros comerciais do mundo. A China é o principal fornecedor de insumos para a produção de vacinas no Brasil, mas também é vista com desconfiança por parte do bolsonarismo, que adota uma retórica anti-comunista e pró-Estados Unidos.

O embaixador caiu em uma armadilha ao responder a um tuíte de um deputado federal bolsonarista, que o chamou de "vagabundo" e "canalha". Ao invés de ignorar a provocação, Yang Wanming rebateu com ironia, dizendo que o parlamentar deveria "aprender a respeitar os outros" e que "a China não é sua fazenda".

Essa resposta foi usada como pretexto para uma onda de ataques contra o embaixador, que foi acusado de ofender o Brasil e de tentar intimidar os brasileiros. Alguns internautas chegaram a pedir a expulsão do diplomata do país, enquanto outros defenderam um boicote aos produtos chineses.

A situação se agravou quando o próprio presidente Bolsonaro entrou na polêmica, dizendo que o embaixador deveria "se comportar" e que não aceitaria "interferências externas" no Brasil. Bolsonaro também insinuou que a China teria interesse em espalhar o vírus pelo mundo para se beneficiar economicamente.

O embaixador não é vítima nessa história, pois ele sabia dos riscos de se envolver em uma discussão pública com um representante eleito pelo povo brasileiro. Ele também deveria ter mais cuidado com as palavras que usa nas redes sociais, pois elas podem gerar mal-entendidos e ofensas.

No entanto, ele também não é o vilão que os bolsonaristas querem pintar. Ele apenas expressou sua opinião sobre um assunto que afeta diretamente o seu país e o seu trabalho. Ele também defendeu os interesses da China, que tem sido alvo de ataques injustos e infundados por parte do governo brasileiro.

O que está em jogo nessa crise diplomática é muito mais do que uma troca de farpas entre um embaixador e um deputado. É o futuro da parceria estratégica entre Brasil e China, que pode ser prejudicada por questões ideológicas e eleitorais. O Brasil precisa de uma política externa pragmática e equilibrada, que respeite os seus aliados e os seus interesses nacionais.

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