O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgado nesta segunda-feira (9) alerta que o aquecimento global pode chegar a 3°C até o fim do século, caso as emissões de gases de efeito estufa não sejam reduzidas drasticamente. O documento, que reúne as evidências científicas mais atualizadas sobre as mudanças climáticas, afirma que o planeta já atingiu 1,1°C de aumento de temperatura em relação à era pré-industrial e que esse nível pode ultrapassar 1,5°C na próxima década.
O relatório destaca que as consequências do aquecimento global são graves e irreversíveis, como o aumento do nível do mar, a intensificação de eventos extremos como secas, ondas de calor, inundações e furacões, a perda de biodiversidade, a escassez de água e alimentos e o agravamento de problemas de saúde pública. O documento também ressalta que as atividades humanas são a principal causa das mudanças climáticas e que é preciso uma ação urgente e coordenada dos governos, empresas e sociedade civil para evitar os piores cenários.
O relatório do IPCC é considerado o mais importante referencial científico para orientar as políticas climáticas globais e nacionais. Ele foi elaborado por mais de 200 cientistas de 66 países, com base em mais de 14 mil estudos revisados por pares. O documento será usado como base para as negociações da 26ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), que acontecerá em novembro, em Glasgow, na Escócia.
O objetivo da COP26 é aumentar a ambição dos países signatários do Acordo de Paris, que se comprometeram a limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2°C, buscando 1,5°C. No entanto, os compromissos voluntários assumidos até agora pelos países são insuficientes para alcançar essa meta. Segundo o relatório do IPCC, para limitar o aquecimento a 1,5°C, seria necessário reduzir as emissões globais de CO2 em cerca de 45% até 2030 e chegar à neutralidade carbônica até 2050.
O relatório do IPCC é um chamado à ação para todos os setores da sociedade. É preciso que cada um faça a sua parte para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. A transição para uma economia de baixo carbono é possível e necessária, mas requer vontade política, investimento em tecnologias limpas, educação ambiental e participação social. O futuro do planeta depende das escolhas que fazemos hoje.
Fonte - Terra