No Ministério da Justiça, Dino diz que não vai afastar os secretários que receberam a "senhora do tráfico"

 

O ministro da Justiça, Dino, afirmou nesta sexta-feira (18) que não vai demitir os secretários que se reuniram com a advogada Fernanda, apontada pela Polícia Federal como a “dama do tráfico”. Segundo Dino, os secretários agiram de boa-fé e não sabiam da ligação de Fernanda com o crime organizado.

A reunião ocorreu no dia 4 de novembro, no Ministério da Justiça, e contou com a presença de Fernanda e de dois representantes de uma associação de policiais civis. Eles foram recebidos pelos secretários de Gestão e Ensino em Segurança Pública, Marcelo Pontes, e de Assuntos Legislativos, Gabriel Sampaio.

O objetivo do encontro era discutir um projeto de lei que altera a legislação sobre o porte de armas para policiais civis. Fernanda é advogada da associação e também de alguns dos maiores traficantes do país, como Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP.

A Polícia Federal investiga se Fernanda usou sua influência no Ministério da Justiça para beneficiar seus clientes. Ela é suspeita de integrar uma organização criminosa que atua na lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Dino disse que soube da reunião no dia seguinte, por meio de uma reportagem do jornal O Globo. Ele afirmou que determinou a abertura de uma sindicância interna para apurar o caso e que colabora com as investigações da Polícia Federal.

O ministro negou que haja qualquer envolvimento de sua pasta com a advogada ou com o crime organizado. Ele disse que confia na integridade e na competência dos seus secretários e que eles não serão afastados ou exonerados. “Não há nenhuma razão para demissão. Os secretários agiram dentro da legalidade e da transparência. Eles receberam uma entidade representativa de uma categoria profissional, como fazem rotineiramente. Eles não tinham conhecimento prévio de quem era a advogada ou de sua ligação com o tráfico. Eles foram enganados”, disse Dino em entrevista coletiva.

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