O conflito entre o Hamas e as forças israelenses se intensificou nesta semana, após meses de tensão na fronteira entre Gaza e Israel. Os dois lados trocaram foguetes e ataques aéreos, deixando dezenas de mortos e feridos. A escalada da violência ocorre em meio a negociações mediadas pelo Egito para a libertação de quatro israelenses mantidos como reféns pelo Hamas desde 2014.
O Hamas é um grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza desde 2007, após expulsar o rival Fatah, que governa a Cisjordânia. O Hamas é considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, e defende a destruição do Estado judeu. Israel, por sua vez, impõe um bloqueio econômico e militar a Gaza, alegando que visa impedir o contrabando de armas e o lançamento de foguetes pelo Hamas.
As negociações para a libertação dos reféns israelenses envolvem uma troca de prisioneiros, na qual o Hamas exigiria a soltura de centenas de palestinos detidos em Israel. No entanto, as conversas estão emperradas por divergências sobre os nomes e as condições dos prisioneiros a serem libertados. Além disso, o Hamas acusa Israel de violar os termos de um acordo anterior, firmado em 2011, que previa o fim do bloqueio a Gaza em troca da libertação do soldado israelense Gilad Shalit.
A situação se agravou na segunda-feira (13), quando o Hamas disparou mais de 100 foguetes contra Israel, em resposta a um ataque aéreo israelense que matou sete membros do grupo em Gaza. Israel revidou com mais ataques aéreos, mirando alvos militares e civis do Hamas. Segundo fontes médicas, pelo menos 25 palestinos e quatro israelenses morreram nos confrontos desde então.
A comunidade internacional tem apelado por um cessar-fogo imediato e uma retomada das negociações para evitar uma nova guerra na região. O Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta quarta-feira (15) para discutir a crise, mas não emitiu uma declaração conjunta. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques de ambos os lados e pediu máxima contenção. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que apoia o direito de Israel de se defender, mas também expressou preocupação com as vítimas civis. O Egito, que tem mantido contatos com as partes envolvidas, ofereceu-se para enviar uma delegação para mediar um acordo de paz.