Falha de energia: Entrevista com o prefeito de SP: "O contrato de privatização com a Enel foi mal feito

 


 News nacional  - Ricardo de Moura Pereira 

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), criticou o contrato de privatização da distribuição de energia elétrica na cidade, firmado em 1998 entre o governo do estado e a empresa italiana Enel. Segundo ele, o acordo foi mal feito e não previu investimentos suficientes para evitar apagões como o que afetou a capital paulista na última sexta-feira (3).

Em entrevista ao UOL, Covas disse que a Enel tem sido negligente com a manutenção da rede elétrica e que a prefeitura tem cobrado a empresa para melhorar o serviço. Ele afirmou que a cidade não pode ficar refém de uma concessionária que não cumpre suas obrigações.

"O contrato de privatização foi mal feito. Ele não previu metas de qualidade, de expansão da rede, de modernização do sistema. Ele simplesmente transferiu o patrimônio público para uma empresa privada sem exigir contrapartidas", disse o prefeito.

Covas disse que a prefeitura vai acionar a Enel na Justiça para pedir indenização pelos danos causados pelo apagão, que deixou mais de 1 milhão de pessoas sem luz por mais de 12 horas. Ele também disse que vai cobrar da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) uma fiscalização mais rigorosa sobre a atuação da empresa.

"A Enel tem que ser responsabilizada pelo que aconteceu. Ela tem que investir na rede, trocar os cabos, os transformadores, os postes. Ela tem que garantir que a população tenha um serviço de qualidade e não fique sujeita a esses apagões constantes", disse o prefeito.

Covas disse que a prefeitura tem feito sua parte para melhorar a infraestrutura urbana e evitar problemas como o apagão. Ele citou obras de recapeamento, iluminação pública, poda de árvores e remoção de fios irregulares. Ele disse que espera contar com a parceria da Enel para avançar nessas questões.

"Não queremos brigar com a Enel, queremos trabalhar junto com ela. Mas ela tem que fazer a parte dela. Ela tem que respeitar os consumidores e os cidadãos de São Paulo. Ela tem que honrar o contrato que ela assinou com o estado", disse o prefeito.


Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem