A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (2), o hacker Walter Delgati Netto, suposto mandante do chamado 'Vaza-Jato', que invadiu telefones de órgãos envolvidos na operação Lava Zato. A PF também cumpriu mandado de busca e apreensão contra a deputada Federal Carla Zambelli (PL-SP) de seu apartamento e escritório. Este trabalho foi aprovado por Alexander de More, secretário do Supremo Tribunal Federal (STF). O G1 e a Globo News tentaram contato com o advogado de Lee.
O advogado de Walter Delgati Neto confirmou a prisão em um blog e disse que só permitiria que seu cliente depusesse se ele também estivesse presente. A Polícia Federal informou oficialmente que foram expedidos cinco mandados de busca e apreensão (três DF e dois SP) e mandados de prisão preventiva. Nessa ação, a PF buscou obter informações adicionais junto ao Banco Nacional de Vigilância Penitenciária sobre a concessão de liberdade e a lavratura de mandados de prisão falsificados.
Os documentos falsificados incluíam um mandado de prisão forjado para Alexander de Mores, secretário do Supremo Tribunal dos Estados Unidos (STF). A carta continha ainda a frase "faça o L", um dos lemas da última campanha eleitoral do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). A operação desta quarta-feira chama-se 3FA. Segundo a PF, o nome significa "autenticação de dois fatores (2FA), um método de segurança de identidade e gerenciamento de acesso que requer duas formas de identificação para acessar recursos e dados". Seu nome se refere ao fato de que mandados de prisão e soltura falsos foram inseridos no banco de dados do judiciário federal usando credenciais falsas obtidas ilegalmente após o sistema ter sido hackeado.
A investigação revelou que o grupo obteve acesso remoto ao banco de dados após invadir o sistema. Este acesso foi suspenso após a descoberta e medidas foram tomadas para evitar novas invasões. No entanto, segundo a PF, os fatos investigados “constituem teoricamente o crime de invasão de dispositivo de computador e um pretexto ideológico”.
As prisões anteriores de Delgati preocupavam o ex-presidente Jair Bolsonaro, que temia o acordo que acabou lhe rendendo o prêmio. O hacker disse que Zambelli o levou para uma reunião com o presidente Bolsonaro na residência oficial do presidente da República, Palácio da Alvorada, em agosto de 2022, quando a campanha eleitoral estava em pleno andamento. Nesse caso, o núcleo bolsonarista queria saber os detalhes do sistema de urnas eletrônicas.
Desde então, o hacker não saiu mais do núcleo bolsonarista e entrou na mira da PF por mais um motivo. O sistema do CNJ foi hackeado para divulgar mandados de prisão falsos expedidos pelo ministro Alexandre de Moret, presidente da Comissão Superior Eleitoral. Tribunal Contra Si Mesmo (TSE). Bolsonários temem que hackers impliquem Carl Zambelli no episódio da invasão do CNJ. Ele disse desconhecer as declarações de Delgatti sobre o episódio.