Um contrato de escritório com a empresa da deputada Carla Zambelli levantou suspeitas de que dinheiro público poderia ser usado para pagar hackers por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça. Desde maio, Jean Hernani Guimarães Vilela trabalha como Secretário Parlamentar no gabinete da deputada Karla Zambelli na Polônia. Ele foi um dos alvos de uma operação realizada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (2) para apurar uma invasão da Justiça.
A PF disse que Jean foi o responsável por um dos pagamentos ao hacker Walter Delgati, que foi preso em Araraquara, São Paulo. Delgatti admitiu em janeiro de 2023 que havia inserido informações falsas no sistema do Conselho Nacional de Justiça que detinha o mandado de prisão do Banco Negara. Zambelli está sob investigação por ter contratado Delgatti para esse fim. Na quarta-feira (2), após o fim da operação, o parlamentar disse que o dinheiro que pagou ao hacker foi para a manutenção de sua homepage, e negou que tenha usado dinheiro público em sua cota, que é o valor que todos os parlamentares podem finança. custo de delegação.
“O pagamento está sempre vinculado ao site para que possamos melhorá-lo. Não é minha cota. Todo o dinheiro vem da empresa que subcontratei, e a empresa paga, mas sai do meu bolso, não de cotas”, disse Zabelli.
No entanto, de outubro de 2022 a abril de 2023, Carla Zambelli pagou um total de R$ 94 mil por serviços de apoio parlamentar, segundo dados da Transparência da Câmara. Uma empresa contratada tem um único proprietário. A esposa de Jean, Mônica Romina Santos de Sousa, é uma das assessoras entregues ao hacker.
A empresa recebeu um pagamento de R$ 9.000 em sete meses. Outra transferência de R$ 31 mil foi feita apenas em dezembro, um mês antes de o sistema do CNJ ser hackeado. Ao cadastrar sua empresa na Receita Federal, tanto seu e-mail quanto seu telefone são os pontos de contato de Jean Hernani. O hacker Walter Delgati prestou depoimento à Polícia Federal de que recebeu R$ 13,5 mil de Carla Zambelli nos meses anteriores e posteriores à intervenção do Conselho Nacional de Justiça. Em seu depoimento, ele disse que um dos pagamentos foi feito por Jean.
O assessor da deputada foi interrogado pela Polícia Federal nesta quarta-feira (2). Em telefonema nesta quinta-feira, o agente admitiu que o hacker trabalhou em seu site, mas Jean disse que Delgatti pagou com seu próprio dinheiro. "A situação do hacker é a seguinte: estou com você, não sei se sou inocente... quero fazer um bom trabalho para que o agente o impressione. Contratei Walter pelo meu dinheiro. Hernani Films disse a Walter que eu não paguei, paguei de Jean, um soldado raso." disse Jean Hernani Guimarães Vilela.
A deputada Carla Zambelli disse repetidamente que o hacker Walter Delgati nunca foi pago por cotas do Congresso. O procurador do deputado, Jean Guimarães Vilela, respondeu em nome da esposa, Mônica de Sousa. Ele disse que sua empresa cumpre todos os serviços previstos no contrato.