Dallagnol, tá na hora de buscar um novo emprego

 

O lavajatismo está de luto. Um dos  principais delegados, Deltan Dalagnol, representante do Podemos nos Bolsonarista, cassou por unanimidade seu mandato no TSE e morreu politicamente. O líder dos lavavajistas mal aqueceu a cadeira do escritório e deve retornar ao Paraná em busca de um novo emprego. 

O homem que falava consigo mesmo  sobre sua futura carreira política via telegrama viu seus sonhos desmoronarem cinco meses após assumir o cargo. Este episódio é triste para os Deltans, mas não para os verdadeiros democratas. Remover um homem que se tornou conhecido no Ministério Público Federal ao conspirar com juízes para processar seus possíveis adversários políticos no tribunal é, sem dúvida, uma vitória moral para a democracia.

Ao contrário do que gritam políticos e jornalistas lavayatistas, a decisão do TSE é justa, bela e moral. Está solidamente fundamentado na lei e, até que se prove o contrário, não resulta de  conluio  de juízes contra o mandato constitucional. Deltan enfrenta 15 processos judiciais perante o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), alguns gravíssimos. mas escapou exigindo sua renúncia. Assim, ele evita a possibilidade de condenação e fica com a ficha limpa para  concorrer a uma vaga no Congresso. Coincidentemente, esse tipo de brincadeira rejeita a Lei da Ficha Limpa.

A lei é clara e inquestionável. Os indivíduos não podem renunciar enquanto o processo continua para garantir o cumprimento. É preciso muita coragem  e determinação para anular uma decisão unânime  tão clara com base no que diz a lei. O desvio foi causado pelo TRE do Paraná, que avaliou o pedido da delegação para Deltan e o considerou improcedente, permitindo a diplomacia lavayatista. Os amigos paranaenses de Deltan simplesmente ignoraram a lei corrigida pelo tribunal superior. Ao contrário do que vimos com a Lava Jato, desta vez não foi possível igualar os eventos.

O lavajatismo tenta avançar a tese sobre a existência de uma armação de juiz para um ex-deputado beirando o absurdo. Essa hipótese desmoronou quando o  juiz nomeado por Bolsonaro, Cássio Nunes Marquez, votou pela retirada de Bolsonaro de seus poderes como deputado. A viúva e viúvo da Lava Jato tenta fazê-los acreditar que a decisão do TSE será uma resposta "sistêmica" ao herói anticorrupção. De fato, se houver conspiração contra políticos lavayatistas, Sergio Moro não terá poderes senatoriais garantidos na mesma corte. A Justiça Eleitoral rejeitou por unanimidade seis recursos interpostos no final do ano passado contra sua candidatura.

O destino é irônico e cruel para Deltan. Ele quer que seus agentes desafiem a lei da ficha limpa, uma de suas principais bandeiras desde que se tornou um pop star honesto e moral. Como você pode não confiar no carma depois disso? O ex-promotor é um dos mais obcecados pela Lei da Ficha Limpa e a vê como parte fundamental  da moral política. O tempo provou que a lei não só moraliza a política como também contribui para o aprofundamento judicial da prática política. Mas uma vez que a lei é aprovada, não há mais nada a discutir. Conduta! Ao reclamar da "perseguição" ao TSE, Deltan está insinuando, ainda que indiretamente, que a lei da Ficha não deve ser obedecida. É a dupla abertura moral do Lavayatista.

Hoje os perseguidores do passado estão balbuciando e balbuciando que estão sendo perseguidos. Essa irritação não é surpreendente, já que padrões duplos são uma característica fundamental do lavayatismo. Aqueles que continuam defendendo a Lava Jato  depois das muitas atividades ilegais expostas na reportagem da Vaza Jato, incluindo jornalistas, políticos e lava-jatos, não merecem confiança e  desprezo daqueles que defendem a democracia.

Dalagnol poderia ter apelado ao TSE, o que seria inútil após derrota esmagadora e unânime. Depois disso poderá recorrer ao STF, onde  sofrerá mais uma derrota. O cenário parece irreversível e só um milagre pode restaurar seus poderes. A ex-promotora abre regularmente sua caixa de entrada no Telegram para refletir  sobre  sua própria trajetória desastrosa na vida pública.

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