O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o deputado federal Lindberg Farias (PT-RJ), alvos da Operação Lava Jato, usaram as redes sociais para parabenizar Deltan Dalagnola pelo afastamento do poder. Na terça-feira, 16, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) votou por unanimidade pelo cancelamento da candidatura de um ex-procurador federal que coordenou a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. 7 a 0.
O relator, ministro Benedito Gonçalves, estava acompanhado dos ministros Raul Araújo, Sérgio Banhos, Carlos Horbach, Cármen Lúcia, Nunes Marques e Alexandre de Moraes. Logo após a decisão do TSE, Eduardo Cunha twittou "Adeus, Querido".
A Câmara dos Deputados indiciou Cunha em setembro de 2016, após um julgamento de 11 meses. Seu nome foi incluído em uma lista de políticos suspeitos de envolvimento em esquemas de propina e corrupção envolvendo a Petrobras pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Yanota. No mês seguinte, o ex-juiz federal e atual senador Sergio Moro (União-PR) decretou a prisão preventiva de Cunha, que estava detido no Brasil pela Polícia Federal (PF).
Mais tarde, ele foi condenado a mais de 55 anos e 3 meses em um total de três julgamentos. Em abril de 2021, a Turma 8 do TRF-4 revogou a Lei de Prisão Preventiva de 2016. O advogado de Cunha argumentou que a detenção por tanto tempo não fazia sentido. Filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), ele concorreu, mas não foi eleito, deputado federal por São Paulo nas eleições presidenciais de 2022. Renan Calheiros estava rotulando Dalagnola de forma mais descarada como "uma ficha suja da Lava Jato". "Deltans Dalanjon é um membro desonesto do Parlamento que quer poder. Para burlar a lei, ele espera que sua soltura saia sem ficha, mesmo com 2 condenações (1 direito autoral, 15 processos) no CNMP. A justiça demora, mas falha. TSE revoga cadastro sujo da Lava Jato.
A investigação do então presidente do STF começou em março de 2015 a pedido do Ministério Público do Supremo (Ministério Público). Na época, a PGR informou que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ter recebido uma visita de Lindbergh em 2010 exigindo R$ 2 milhões para sua campanha ao Senado. Em 2016, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) condenou Lindberg duas vezes por infrações administrativas, privou-o de seus direitos políticos por cinco anos e o multou em R$ 640 mil. No ano seguinte, o secretário do STF Edson Pachin ordenou o arquivamento do inquérito sobre Lindbergh, investigado por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Fachin respondeu ao pedido da PGR no evento. A CNN apresenta Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Lindbergh Farias.