Moro se diz sobre a compra de habeas corpus de Gilmar Mendes

 


O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que suas falas a respeito da possibilidade de comprar um habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foram retiradas de contexto. A declaração foi dada em entrevista à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Moro foi questionado sobre as mensagens que trocou com o procurador Deltan Dallagnol, divulgadas pelo site The Intercept Brasil em 2019. Em uma delas, Moro afirma que "in Fux we trust" e, em outra, menciona a possibilidade de "encomendar" um habeas corpus a Gilmar Mendes por meio do advogado Rodrigo Tacla Duran.

Segundo Moro, suas falas foram retiradas de contexto e "distorcidas para prejudicar a operação Lava Jato e sua imagem". Ele afirma que, na verdade, estava se referindo a uma notícia falsa que circulava na época sobre um habeas corpus que teria sido comprado por um empresário.

Moro afirmou ainda que não tem interesse em disputar as eleições presidenciais em 2022 e que seu foco atual é na área de consultoria e palestras. Ele também defendeu o legado da Lava Jato, afirmando que a operação "contribuiu para o fortalecimento da democracia e para o combate à corrupção". No entanto, a fala de Moro não convenceu os críticos da Lava Jato. Para eles, as mensagens trocadas pelo ex-juiz e pelo procurador demonstram uma atuação parcial e ilegal por parte da força-tarefa.

Além disso, o ex-ministro também comentou sobre as investigações que envolvem a morte da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. Moro disse que o caso ainda não foi solucionado devido à falta de colaboração de alguns setores da polícia e da política.

A entrevista de Sergio Moro à Folha de S. Paulo foi divulgada após a abertura da CPI da Covid no Senado, que tem como objetivo investigar a atuação do governo federal no combate à pandemia. Moro afirmou que a comissão é importante para esclarecer os fatos e evitar que erros sejam cometidos no futuro.

Ainda durante a entrevista, Moro criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia, afirmando que ele "subestimou" a gravidade da doença e que sua atuação foi "equivocada". Ele defendeu a necessidade de uma vacinação em massa e de medidas restritivas para conter a disseminação do vírus.

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