O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava Jato no Rio de Janeiro, recebeu reforço na segurança após o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Durán na CPI da Pandemia. Tacla Durán, que já foi advogado da Odebrecht, acusou o advogado Carlos Zucolotto Junior, amigo do ex-juiz Sergio Moro, de ter tentado extorqui-lo para reduzir sua pena na operação.
Bretas, que é casado com uma das filhas do presidente Jair Bolsonaro, solicitou ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) a adoção de medidas para garantir sua segurança. A Polícia Federal e a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro também foram informadas.
Tacla Durán, que está foragido na Espanha, disse na CPI que Zucolotto lhe pediu US$ 5 milhões para diminuir sua pena de prisão e que o dinheiro seria dividido com Moro. Zucolotto e Moro negam as acusações. O advogado também acusou a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba de manipular provas para prejudicá-lo. Ele disse que a equipe chegou a simular a apreensão de seu passaporte para impedi-lo de sair do país.
A CPI da Pandemia investiga ações e omissões do governo federal no combate à pandemia de covid-19 e também recebeu denúncias de irregularidades na operação Lava Jato."
"Ao jornal O Globo, o advogado Zucolotto afirmou que as acusações de Tacla Durán são falsas e que ele está sendo perseguido pelo ex-cliente. Segundo Zucolotto, Tacla Durán é um foragido da Justiça brasileira e responde a mais de 20 processos criminais no Brasil.
Já o ex-juiz Sergio Moro afirmou, em nota, que nunca recebeu valores de Tacla Durán e que as acusações são mentirosas. Moro também afirmou que nunca teve conhecimento de qualquer conduta imprópria por parte de Zucolotto.
A acusação de Tacla Durán levantou suspeitas sobre a conduta da Lava Jato, que já foi alvo de diversas críticas e questionamentos sobre o uso de práticas ilegais e a falta de imparcialidade em seus processos. A operação, que começou em 2014, resultou na prisão de diversos políticos e empresários acusados de corrupção e lavagem de dinheiro. No entanto, a atuação da força-tarefa tem sido questionada por diversos setores da sociedade, incluindo juristas, advogados e organizações de direitos humanos."
Fonte Carta Capital