Abin de Bolsonaro usou programa secreto para monitorar o povo brasileiro sem autorização da justiça

 

Abin de Bolsonaro usou programa secreto para monitorar localização de pessoas por meio do celular

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) utilizou um programa secreto para monitorar a localização de pessoas por meio do celular, segundo reportagem do jornal O Globo. O sistema, conhecido como Guardião, é utilizado por órgãos de segurança pública para rastrear suspeitos de crimes e é produzido pela empresa israelense Verint.

De acordo com documentos obtidos pelo jornal, a Abin adquiriu o programa em 2020 e o utilizou para monitorar pelo menos 60 pessoas entre agosto e dezembro daquele ano. Os alvos da agência eram políticos, advogados, jornalistas e servidores públicos que supostamente representavam ameaça à segurança nacional.

Entre os monitorados pela Abin estão o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha e o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann. O programa também foi utilizado para monitorar o celular de um jornalista do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo especialistas em segurança digital ouvidos pelo jornal, a utilização do programa pela Abin pode ser ilegal. O artigo 10 da Lei de Interceptação Telefônica determina que o acesso a dados de comunicações deve ser autorizado por ordem judicial, exceto em casos de "imediata e grave necessidade" e desde que o fato seja comunicado ao juiz em até 24 horas. A utilização do programa Guardião, segundo os especialistas, não se enquadra nessas exceções.

Em nota, a Abin afirmou que "não comenta sobre seus métodos de trabalho" e que suas atividades "são pautadas por rigorosos princípios éticos e respeito à legislação vigente". O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que irá apurar a conduta da agência de inteligência.

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