O candidato presidencial do PT Luiz Inácio Lula da Silva usou o termo "purismo desonesto" nesta terça-feira (25) para criticar a postura de seu rival na disputa, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
Sem citar Bolsonaro pelo nome, Lula disse que "esse ignorante que está aí" é contra a cultura e está tentando mostrar que está "limpo" na TV.
"E esse ignorante que existe é contra a cultura. 'Ah, tem um jogo com homens beijando homens, então tudo é peido, tudo é peido'. Na verdade, é um purismo vilão que está tentando mostrar na TV. Estou limpo."
Em uma entrevista de podcast de segunda rodada, Bolsonaro disse que conheceu meninas venezuelanas de 14 e 15 anos em uma região próxima ao Distrito Federal que, segundo ele, estavam se preparando para o programa. Na frase seguinte chegou mesmo a dizer que estava a passar por uma casa onde se encontravam moças, sentiu que tinha "pintado o clima" e por isso decidiu entrar no local.
Lula participou de um evento em São Paulo onde respondeu a perguntas de convidados sobre diversos temas. Questionado por um artista de rua sobre projetos para a cultura, o candidato disse que pretende revitalizar a Lei Rouanet e abrir linhas de crédito para apoiar a cultura.
"Você pode estar certo: na minha cabeça sou um sujeito quase analfabeto. Tenho curso de torneiro e educação primária. Mas tenho o conhecimento da lição de vida que aprendi, e nenhum país pode prescindir de cultura." em um país sem cultura, as pessoas não são pessoas, são um rebanho”, declarou.
Durante o evento, Lula resgatou pautas já mencionadas durante a campanha, como a renovação da política de valorização do salário mínimo, a volta do Bolsa Família em substituição ao Auxília Brasil - agora com parcelamento de R$ 600 e mais R$ 150 por criança em a família - e as ferramentas de uso para a participação pública na definição das políticas governamentais.
"Costumávamos fazer uma conferência nacional onde discutíamos todos os temas. E vamos convocar novamente conferências para definir todas as políticas públicas que vamos colocar em prática no Brasil", disse, por exemplo, ao responder a um questão sobre feminicídio e segurança pública.
Questionado sobre propostas para a juventude, Lula mencionou a proposta de formação profissional paralela ao ensino médio incluída no plano de governo por sugestão da senadora Simone Tebet (MDB-MS) - terceira colocada no primeiro turno e agora aliada do PT campanha.
"Queremos dar às pessoas uma certa profissão para que as pessoas tenham a certeza de que podem trabalhar. Ou até mesmo trabalhar em casa, fazer softwares, jogos, hoje é uma mega oportunidade para as pessoas sobreviverem. Mas temos que enfrentar um problema cultural em na periferia deste país, onde jovens são estuprados, mortos pela polícia, não há espaço", disse.
O candidato também detalhou o programa "Desenrola Brasil" que a campanha apresentou no primeiro turno. De acordo com a proposta, o governo vai facilitar a negociação de dívidas registradas em nome de brasileiros que recebem até três salários mínimos. O projeto é semelhante ao defendido por Ciro Gomes, o candidato presidencial derrotado do PDT.
O ex-presidente disse que espera lançar um programa oferecendo novas linhas de crédito para micro e pequenas empresas. A proposta, batizada de "Empreende Brasil", foi muito veiculada durante a campanha eleitoral. Em outras ocasiões, Lula indicou que deveria criar um ministério independente para apoiar micro e pequenas empresas.
Fonte G1