"Bolsonaro que não gosta de pessoas, ele também gosta de policiais. A propósito, a pesquisa DataFolha (bastante impressionante) que derrubou uma bomba sobre as duas campanhas mais importantes. Acabou com o clima de "já ganho" no Palácio do Planalto e impulsionou muito bem a campanha do ex-presidente Lula, que sofreu retrocessos em seus discursos. Aos que não se lembram: Lula até mesmo defendeu o aborto, um tema muito delicado nas campanhas, e deu a entender que "os policiais não são pessoas". Mais tarde ele pediu desculpas, mas o estrago foi feito, em uma cena onde o bolonaro domina.
No entanto, a pesquisa demonstra que Lula venceria na primeira rodada. Desde 1998, não temos falado sobre uma eleição de primeiro turno ser conquistada desta forma. Sabemos que quando Lula ganhou, foi sempre no segundo turno, mas o alcance deste impacto é gigantesco. Não obstante as declarações polêmicas, Lula teve uma mídia positiva: ele se casou, conversou muito sobre estar apaixonado, de ser o candidato que irá para as eleições com calma e tranqüilidade em uma reedição da paz e do amor de Lula. E está crescendo entre as mulheres.
O elevado índice de rejeição também pode significar que os brasileiros estejam fartos da retração econômica e querem uma solução rápida, que o RP tenta disfarçar jogando cortina de fumaça com outras agendas: atacando as instituições. Uma agenda que não está na agenda comum do povo brasileiro que está preocupado com o crescimento do preço do gás de cozinha, que Lula mencionou com razão. Acrescente-se a isso o número de indecisos: 29%. Bolsonaro necessitaria de todos os indecisos para ir com ele para vencer hoje. Até mesmo Obama não poderia fazer isso!
Bolsonaro ganhou em 2018 com um pronunciamento para aquela parcela da sociedade que estava desanimada com a corrupção e a esquerda. Foi uma eleição de Lava Jato. Hoje é a eleição de "Não posso pagar minhas contas".
Ricardo de Moura Pereira
Fonte Yahoo Brasil