Uma nova estratégia da Rússia sobre a Ucrânia

 Ricardo de Moura Pereira 

Com a captura de Kherson no sul da Ucrânia, as forças russas estão começando a reformular a geografia do país vizinho à medida que se intensifica o bombardeio em torno de Kiev e Kharkiv, as duas maiores cidades da Ucrânia.

O Ministério da Defesa em Moscou fez o anúncio. Kherson foi bombardeada por quase 24 horas, resultando em graves mortes de civis e fornecendo uma indicação do cerco que se reúne em torno da cidade ameaçadora.

Apesar das afirmações de membros da administração ucraniana de que a cidade caiu e das fotografias nas mídias sociais das forças russas em patrulha lá, Kiev afirma que a batalha pelo controle da cidade ainda está em curso.

Se o cenário for verdadeiro, Vladimir Putin teria capturado seu primeiro centro de alguma dimensão em sua campanha, que começou na madrugada do dia 24. É o principal ponto ao norte da península da Crimeia, que o presidente russo anexou sem lutar em 2014. Tinha 300.000 habitantes antes da guerra.

Com a autoridade ampliada dos separatistas pró-russos sobre os distritos históricos dos chamados Donbass, que estão em guerra civil desde aquele ano, tudo o que resta é a conquista da região de Mariupol para construir uma ponte terrestre desde a Crimeia até a Ucrânia oriental da Rússia.

A enorme ponte rodo-ferroviária da Crimeia, aberta por Putin ao volante de um caminhão em 2018, foi o único acesso terrestre da Rússia à península apreendida até a guerra. Entretanto, a península estava sofrendo desde que a Ucrânia havia cortado sua conexão com água potável. A represa foi agora explodida pelas tropas russas, cortando o abastecimento.

Mariupol, com uma população de 500.000 habitantes, está localizada 150 quilômetros a noroeste de Rostov-do-Don, a maior cidade da Rússia no sul. É um porto importante no Mar de Azov, uma divisão secundária do Mar Negro, e tem estado sob ataque desde o início da guerra. Por exemplo, cerca de 90% da produção mundial de gás neon passa por lá.

Na quarta-feira de manhã (2), quase ao meio-dia, a Folha de S.Paulo conseguiu fazer um rápido contato com um habitante da cidade. Ele disse que sua família pôde partir para Rostov-do-Don na sexta-feira (25), exatamente quando os bombardeios começaram.

Os residentes estão se abrigando em porões e abrigos, segundo sua descrição, porque a cidade tem contato intermitente e há explosões por toda parte. Ninguém entende o que está acontecendo aqui, mas ele acredita que os russos estão prontos para levá-la.

Se ela cair, levará toda a região com ela, formando a ponte. Esta é a fantasia dos nacionalistas mais extremos da Rússia, que desejaram que Putin anexasse o Donbass em 2014 e fizesse exatamente o que ele parece estar fazendo agora, ou seja, criar uma região fictícia conhecida como Novarrossia, ou Nova Rússia.

Na época, o presidente russo Vladimir Putin estava satisfeito em anexar a Crimea, uma província tradicionalmente russa, e em fomentar a guerra civil que atrasou a Ucrânia de se tornar um estado de pleno direito. Como resultado, a entrada na OTAN, na aliança militar ocidental e na União Européia é proibida.

Estes são os dois objetivos estratégicos de Putin, para os quais ele mobilizou cerca de 200.000 de seus 900.000 soldados em torno de seu vizinho em apenas quatro meses. Sua obsessão geopolítica desde que Washington violou os votos para manter algum equilíbrio na Europa após o fim da União Soviética foi exigir que os Estados Unidos, como país dominante no Ocidente, se comprometessem a não ampliar a OTAN.

Fonte de pesquisa - MSN 

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