Ricardo de Moura Pereira
A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis está pressionando por um novo ajuste, alegando que a diferença entre o diesel e a gasolina é superior a R$ 1,20.
Com o crescimento dos preços do barril de petróleo no mercado internacional, a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) adverte que é possível uma escassez devido a uma diminuição nas importações de petróleo bruto.
"É impossível estimar este risco já que não temos acesso aos dados de inventário", afirmou Sérgio Arajo, presidente da Abicom, ao Valor Econômico. "Mas o perigo [do abastecimento] permanece porque as refinarias não conseguem atender a todos os usos".
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, a Petrobras e empresas privadas importaram 19.000 barris de gasolina por mês em janeiro, 99% abaixo do mesmo mês do ano passado.
Os importadores estão pressionando o governo a aumentar novamente os preços da gasolina e do diesel.
Devido à situação na Ucrânia, o preço do barril de petróleo subiu de aproximadamente US$80 para mais de US$130, segundo os importadores, a diferença é de mais de R$1,20 para o diesel e R$1,10 para a gasolina.
Jair Bolsonaro (PL), por outro lado, está tentando manter o preço dos combustíveis baixo para maximizar o impacto eleitoral, interferindo assim na política internacional de paridade de preços (PPI) da Petrobras, que segue o mercado global.
Bolsonaro está programado para se reunir com o presidente geral da Petrobras, Silva e Luna, na terça-feira, 8 de agosto, a fim de aumentar a pressão sobre o governo.
Bolsonaro confirmou pela primeira vez na segunda-feira que o preço da gasolina e do diesel é influenciado pela política de dolarização implementada pela Petrobras durante o governo golpista de Michel Temer (MDB) e mantida por ele.
"Há uma lei errônea ali atrás que obriga à paridade com os preços internacionais, ou seja, o que é retirado do petróleo é comparado com o preço fora do Brasil; isto não pode continuar. Estamos testemunhando isto sem nos movermos, sem causar uma perturbação no mercado, e isto está sendo discutido em outra reunião esta tarde", afirmou ele.
Ricardo de Moura Pereira
Baseado em fontes confiáveis Revista Forum