O presidente russo Vladimir Putin, sem entrar em detalhes, declarou que vê "bons avanços" nas conversações com a Ucrânia, que assistiu a mais um dia de violência em massa. Tem havido relatos de mortes em Dnipro e Lutsk. O governo ucraniano afirma que suas fortificações estão "repelindo e mantendo a ofensiva das Forças Armadas russas em todas as direções".
Hoje marca o 16º dia da invasão russa de terras ucranianas, com ênfase nos movimentos russos em torno de Kiev. Além de observar os "bons desenvolvimentos", Putin afirmou hoje que instruiu seu exército para facilitar o envio de soldados "voluntários", especialmente sírios, para a Ucrânia. O movimento, de acordo com o presidente, seria em resposta à entrada de "mercenários" de países ocidentais no país vizinho.
A administração ucraniana anunciou o estabelecimento de corredores humanitários e rotas de evacuação em torno da nação esta manhã. Desde que a invasão russa começou em 24 de fevereiro, mais de 2,5 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia, de acordo com as Nações Unidas. A Ucrânia alega que o número de vítimas civis na batalha é maior do que o número de mortes militares; até esta manhã, 78 crianças foram assassinadas, de acordo com o governo. A Rússia pode estar cometendo crimes de guerra, de acordo com a ONU.
Um ataque aéreo perto de uma escola, uma aldeia e um posto de gasolina ocorreu em Brovary, uma cidade perto de Kiev. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas durante o incidente. Chernihiv, uma cidade na Ucrânia, também foi devastada. Quatro pessoas foram assassinadas e outras seis ficaram feridas em Lutsk durante um ataque aéreo por volta das 6:00 da manhã, horário local. Também foram ouvidas explosões em Ivano-Frankivsk por volta das 7h00, horário local (2h00, horário de Brasília). "Os aeródromos militares de Lutsk e Ivano-Franovsk estavam fora de operação", de acordo com o Ministério da Defesa russo.
Pelo menos uma pessoa foi morta em um bombardeio perto de um prédio residencial e de uma fábrica de calçados em Dnipro. Duas pessoas foram mortas em um ataque a uma aldeia, de acordo com a administração Sumy. "As principais cidades ucranianas estão novamente expostas a severos golpes", disse Mikhailo Podolyak, um conselheiro presidencial na Ucrânia. "A devastação das populações e das grandes cidades da Rússia continua". Ele afirmou que Kiev está sitiada, mas que está "pronta para lutar". "É uma defesa bem pensada".
A Rússia continua a impor um cerco às principais cidades ucranianas, que também são sujeitas a fortes ataques aéreos. Milhares de cidadãos são forçados a passar dias em caves e abrigos temporários como resultado da situação. Testemunhas relatam que a situação humanitária em certas áreas é grave. Moradores de Mariupol, uma cidade portuária num local crucial no Mar de Azov, "começaram a lutar por comida", segundo Sasha, representante de Volkov no Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Em um clipe de áudio divulgado à imprensa, Volkov declarou: "Todas as empresas e farmácias foram saqueadas há quatro ou cinco dias".
A situação em Mariupol é "extremamente desafiadora", segundo o Ministro da Defesa ucraniano Oleksiy Reznikov. "O inimigo fez a cidade prisioneira e está planejando um holocausto". De acordo com a autoridade local, as agressões na sexta-feira visaram a região onde se encontra uma mesquita. As instalações seriam capazes de acomodar 86 residentes turcos. Segundo as autoridades locais, a cidade portuária de Odessa, outro local vital, está pronta para aceitar uma invasão da Rússia, semelhante à de Mariupol.
Publicado por Ricardo de Moura Pereira
As notícias são baseado em fontes de jornalismo da Uol